Estou recém voltando de viagem à Coreia do Sul
e ao Japão. Uma das coisas que mais surpreende lá são os vasos sanitários nos banheiros. A tecnologia aplicada é simplesmente inacreditável, se formos comparar com o que estamos acostumados. Há uma série de comandos disponíveis para o usuário do vaso, que aparecem enfileirados na parede ou numa espécie de prolongamento ou braço do vaso mesmo. Esses comandos são acionados por quem está ocupando o vaso, com um simples clique no botão desejado.
Podem variar um pouco, mas basicamente estão à disposição opções como: aquecer o assento, lançar jatos de água para a higiene das partes íntimas – jatos que podem ser dirigidos para cá ou para lá e ter a intensidade controlada. E, claro, também aparece a tecla para acionar a descarga. Aí, a escolha se dá entre um volume maior ou menor de água.
Em alguns casos, há uma comodidade extra. É possível acionar ventilação vinda de baixo, que resulta na dispensa do uso de papel higiênico. Neste caso, o processo é parecido com esse das máquinas em que secamos as mãos em muitos banheiros também por aqui.
Como requinte, em certos banheiros se pode acionar uma faixa musical ou o som de água corrente, durante o tempo de permanência no local.
O resultado de toda essa tecnologia é um incomparável conforto no banheiro. Além disso, o consumo de papel higiênico fica muito reduzido e o ambiente resulta mais limpo, já que o papel usado deve ser jogado dentro do vaso e não em recipiente externo, como nós fazemos.
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Nem preciso dizer que todos do nosso grupo de viagem ficaram maravilhados. Alguns chegaram a pensar em importar um vaso desses para instalar em casa no Brasil. O entusiasmo, porém, não durou e por duas razões basicamente. Primeiro, por que a brincadeira sairia por um valor salgadíssimo; depois, pela dificuldade de achar instalador para banheiros construídos sem a necessária estrutura hidráulica e elétrica. E, pior ainda, na hipótese de necessitar manutenção, a quem chamar?
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Mais espantoso do que os vasos sanitários, porém, é que o episódio nos permite ilustrar o modo como estamos acostumados a pensar…
Nosso grupo não se assombrou tanto com a tecnologia e nem pelo fato de encontrar essa tecnologia toda em bons hotéis. O maior assombro foi ver que uma estrutura tão sofisticada está presente nos banheiros públicos, seja na rua, nas estações de trem, nos paradouros na beira das estradas.
Normal, para nós, pareceria encontrar um conforto desses na casa dos ricos, onde já existe
tudo do bom e do melhor. O que nos impressiona é ver que as melhores
coisas simplesmente estão disponíveis pra todo o
mundo… Assim, na maior.