Estou recém voltando de viagem. Viagem bem comprida. Estive na Coreia do Sul e no Japão.
Nem de longe me arrisco a dizer que agora conheço os tais países. Não dá pra conhecer um lugar assim só de raspão. Para conhecer, teria de morar lá, ao menos por um tempo. No meu caso, só dá pra alinhavar algumas impressões.
O ponto principal da viagem a um país distante, certamente, há de ser a constatação das diferenças no jeito de viver. Diferenças que não são, necessariamente, piores nem melhores. É preferível nem emitir julgamento – embora seja bem esperto aproveitar os exemplos julgados úteis.
O mais importante é reconhecer que os povos e as pessoas fazem escolhas diferentes na sua jornada.
E é bom que se aceitem as diferenças, seja no Japão, seja aqui mesmo…
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Uma das coisas que mais impressiona nos países referidos é o cuidado com o lixo. Não se vê um papel jogado no chão nem pra remédio e tampouco se encontram lixeiras nas ruas. A ideia é que o lixo produzido seja guardado até chegar em casa ou a um ponto de descarte correto.
Outra coisa, ao sair de um recinto ninguém deixa para trás um rastro de rejeitos. Cada um recolhe o que sobrou e se encarrega de dar o melhor destino. (Quem não lembra dos japoneses recolhendo o lixo em estádio de futebol na Copa do Mundo que se realizou no Brasil?)
Pois é! Depois de utilizado, cada local é deixado em perfeitas condições para receber os próximos usuários. Isto faz pensar se não seria possível nos acostumarmos a fazer algo parecido no final das reuniões a que comparecemos. E no caso dos nossos jovens, nas escolas,
se não seria possível agir de um jeito parecido…
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Não vi nenhum japonês gordo no Japão. Talvez eles fiquem escondidos, não sei. O que sei é que a alimentação deve ter boa participação na elegância oriental. Nos disseram lá que nunca se deve sair da mesa tendo ficado mais do que 80% satisfeito… Bonito de dizer, difícil de fazer. Em especial, na hora do café da manhã de um hotel, quando é servido no estilo a que estamos acostumados: com as tentadoras ofertas de pães, bolos, biscoitos, geleias, bacon frito e etc.
Na mesa japonesa os alimentos à base de farinha de trigo são raros. Isto vale em todas as refeições. Os vegetais crus e cozidos têm lugar de destaque sempre. As porções são minúsculas e, além de tudo, quem é que consegue comer grandes e rápidos bocados, se utilizar os hashis – aqueles tradicionais palitos orientais?
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Pela possibilidade de vislumbrar coisas assim, dá para concordar com quem diz que o principal resultado de uma viagem é o que acontece na cabeça do viajante…