O Brasil apresenta os maiores índices de infidelidade e também, de disfunções sexuais (impotência), de toda a América Latina. E a culpa não é dos governos eleitos democraticamente, da corrupção avassaladora que despe sem pudor relações pecaminosas entre a iniciativa privada e organismos públicos. Uma pesquisa feita pelo instituto Tendências Digitales em 11 países da região, revela o que já percebemos há algum tempo. Por exemplo: o percentual dos homens que traíram pelo menos uma vez na vida chega a 70,6%. Entre as mulheres, o número é 56,4% — ou seja, as brasileiras são as que mais traem entre os latinos! Elas andam bem atrevidas. O levantamento avança e mostra que apenas 36,3% dos brasileiros nunca traíram um parceiro.
É a ciência explicando casos que, às vezes, nos surpreendem de casais de aparente equilíbrio na relação, bem próximos a um affair. Cada vez mais, segundo a pesquisa, as pessoas acham difícil permanecer uma vida inteira juntas sem dar uma única escapada extraconjugal. Os que não o fazem, acabam perdendo a intimidade com as esposas e tornam-se impotentes e depressivos. As mulheres perdem igualmente o interesse pelo sexo. Então, para não precisarem “discutir a relação”, partem para a traição com um ou vários amantes.
Em outras palavras, a eterna insatisfação da espécie humana, cria atalhos cada vez mais especializados e tecnológicos para justificar aquele delicioso prazer de alguns minutos. Satisfação que vai além do sexo, mas envolve autoestima e a sempre viva necessidade de se sentir desejado.
O especialista em sexualidade Alexandre Sadeeh do Hospital das Clínicas da USP, afirmou o óbvio: “Falta intimidade entre os casais. A paixão, o encantamento, o amor do início do casamento são destruídos pela rotina”. Um amigo, o Carlos, que adora estatísticas me veio com a seguinte explicação:
Matematicamente falando, se 70,6% dos homens e 56,4% das mulheres já traíram significa que os homens traem mais que as mulheres. Considerando que deve existir um casal para a traição, podemos concluir que as mulheres já traíram com mais homens do que os homens com menos mulheres. Donde se deduz que as mulheres são mais promíscuas e, mesmo traindo, o homem é mais fiel que as mulheres.
O certo é que o distanciamento da relação leva à fantasia, a vontade de reafirmação em outras conquistas. E aí – diante de tantas pesquisas que comprovam os labirintos da vida a dois – eu me pergunto: casamento ainda é um bom negócio?

