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    Depois de horas

    adminBy admin28 de outubro de 2016Nenhum comentário4 Mins Read
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    De repente acordou-se, ou sei lá, entrou em um sonho muito esquisito. Lembrava o roteiro de Martin Scorsese em Depois de Horas, comédia de humor negro dos anos 80. Ou seria atual? Algo absolutamente novo? Quem sabe estaria personificando Gregor Samsa, o personagem alucinado de Kafka, que acordara uma barata, em Metamorfose? O certo, ou absolutamente improvável, é que havia uma cidade onde todos corriam, apressados. Levantavam uma hora antes – horário de verão em plena primavera. Mas só chovia e ventava. Verão?

    Tomavam café às pressas, os que tinham crianças ou bichos de estimação, as alimentavam de um desjejum instantâneo, sem sabor, porque saborear exigiria tempo. Em seguida estavam na porta da casa, do ônibus escolar ou na recepção da creche. Mãos nervosas a acenar beijos de estresse. Precisavam estar à frente, antecipar-se ao engarrafamento, evitar as filas. Porque tinham de estar lá, precisamente na hora certa. Ou melhor, muito melhor, alguns bons minutos antecipados.

    Assim, corriam para pegar o ônibus, ou abrir a garagem, antecipar segundos, buscar um desvio, escapar do sinal fechado. Cometiam deslizes, avançavam faixas de pedestres. Em nome do compromisso, esqueciam os bons modos e reclamavam de quem lhes atrapalhava o ritmo. Se havia fila, davam um jeito de furá-la.

    Esta cidade sofria com altos índices de intolerância. Todos chegavam praticamente juntos para disputar os espaços, cada vez menores no ônibus, no trem ou nos pontos dos táxis, onde motoristas neuróticos odiavam os roteiros em vias congestionadas. Mas lá existiam apenas avenidas modernas, entupidas de gente e veículos. De todos os tipos, modelos ou cores. Sempre a mil.

    No trabalho lutavam por mesas, computadores, telefones e cargos que acelerassem seus processos. A ânsia de poder não os permitia perder tempo para o questionamento ético ou moral que, de uma maneira mais gentil, encaminharia soluções menos duras. Mas a vida naquela cidade era para ser rápida igual aos lanches, cafés em pó e sua fugaz alegria fast food.

    Eles riam nos bares, ao final do expediente. Misturavam bebidas e energéticos para acelerar o prazer como quem busca recompensa por uma missão que não se definiu ainda o sentido. Voltavam para casa dispostos a dormir o quanto antes e assim, no caminho, não percebiam a cidade aflita por uma noite sem sirenes, ou mortes gratuitas.

    Apenas uma noite para sonhar. Mas sonhos não eram mais permitidos, porque lhes obrigariam a pensar, interpretar as mensagens de seus subconscientes. Então, tomavam pílulas para dormir e, ao acordar, pílulas para lhes bloquear o apetite, pílulas para motivar a repetir a rotina da pressa.

    Lembro que no dia em que acordei, ou entrei no tal sonho, se formara um grande congestionamento nas principais vias. A maioria havia se deslocado exatamente na mesma hora. Haviam caminhado os mesmos passos afobados, percorrido as mesmas ruas na mesma louca velocidade e, desafortunadamente, cometido as mesmas pequenas contravenções para chegarem, é claro, antes.

    Assim, de uma forma inédita trancaram ruas, calçadas, elevadores e todos os espaços públicos possíveis. Ainda consegui ver uma minoria circulando por vias alternativas. Evitavam assim a neurose dos semáforos de três estágios, a zanga dos jogavam – uns contra os outros seus para-choques – e frustrações.

    Escapavam da fobia dos que não sabiam admitir que, às vezes, mudar o rumo evita um grande problema e cria uma nova alternativa. A cidade de uma hora para outra, se entupira de gente afobada. Gente que não conseguia desligar. Que pensava no final de semana que passaria rápido demais, entre o shopping, o cinema e quem sabe um pouco de um amor eterno e instantâneo.

    As buzinas soavam feito o coral dos desatinados. Os gritos, os desaforos e as ambulâncias misturavam-se em outros tons, sem saber a quem socorrer. Era um engarrafamento monstro de ansiedade bruta. De monolítica ignorância entre tantos cidadãos com diplomas, títulos de nobreza e uma não declarada vontade de sumir o mais rápido possível.

    Apenas aquela minoria seguia pacientemente a desviar das perimetrais e túneis que a cidade grande construíra como funis de concreto. Essa minoria chegou a tempo de bater o ponto sem angústia. Aproveitou o aroma gostoso do café recém-coado e ainda observou da janela o movimento das pessoas nas calçadas.

    Desta vez, cada um estava a seu ritmo, com um toque inédito de civilidade e paz. Pontuais, como sempre poderiam estar. Não era um filme, não era um romance. Era a vida e as datas agendadas, com certeza, voltariam a se atropelar depois de horas.

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