De acordo com Maria Angélica H. Gräff, o dia a dia revela que a relação pais – netos – avós tem dois lados. No primeiro caso, os pais deixam claro aos avós o papel deles enquanto avós e cuidadores no período em que trabalham. Isso gera resultados muitos positivos, a criança tem seu referencial de pai e mãe preservados, não existe sentimentos de perda de afeto ou de abandono (que repercutem negativamente no futuro), aprende valores importantes para uma boa convivência com família e amigos – como o respeito aos mais velhos, às tradições familiares, cultura, continuidade dos vínculos familiares, enfim, sabe onde está e por que está ali e aprende a respeitar as escolhas dos pais.
Já no segundo caso, quando os avós passam a ser os pais da criança, ou seja, responsáveis pelos cuidados, limites, afeto e, muitas vezes, pelo sustento, fato mais comum com mães adolescentes e famílias menos estruturadas emocionalmente, a criança fica confusa quanto a suas origens: Quem manda? Quem obedece? Quem é o responsável?, o que pode causar conflitos de gerações, fazendo com a mãe passe a ser percebida como irmã da criança, o que é complicado para uma criança entender. “O certo é que para que a criança cresça saudável precisa entender o que está a sua volta, e se sentir segura sobre sua proteção e cuidados”, adverte Maria Angélica.