Tempos atrás aconteceu em Porto Alegre uma passeata memorável. Nesta altura, todo mundo já deve ter esquecido o caso. Tratava-se de encenações de protesto contra a violência e o preconceito. O objetivo principal era dizer que não dá para julgar pessoas pela aparência e que cada ser humano deve ser respeitado. O grupo de manifestantes era formado principalmente por homossexuais – gente que sabe o quanto dói ser vítima.
Até aí tudo bem. O que aconteceu depois mudou o panorama. Trocando o tom da passeata, os manifestantes desenharam um símbolo nazista na bandeira brasileira e em seguida atearam fogo. Quer dizer, protestando contra a violência, eles cometeram outra violência. A bandeira nacional é o símbolo da pátria por excelência. Queimar a bandeira é também um ato de agressão. Ou seja, a linguagem da paz ficou machucada pelo gesto. E abriu a porteira para mais agressão. Entrou na jogada a polícia e entrou também um cidadão pacato, o Eloir Silva dos Santos. Em especial, o senhor Eloir enfrentou o grupo. Entrevistado depois, disse que aprendeu a ser patriota em criança e que quando viu o que acontecia nem pensou em nada, foi lá e peitou o grupo inteiro.
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Ninguém tira de ninguém o direito de fazer manifestações. Não se trata disto. O que se quer aqui é enfatizar a importância dos símbolos da pátria. Os símbolos representam as coisas, estão no lugar das coisas, de modo que uma agressão a eles atinge também o objeto que retratam. Dá pra compreender por isso a reação do Eloir. Defendendo a bandeira, ele saiu em defesa da nossa pátria tão maltratada. Ele provavelmente achou que ali estava algo que podia fazer pelo Brasil e fez. Quem ama cuida, diz o ditado popular.
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Isto tudo leva a pensar que o dia 19 de novembro – Dia da Bandeira – poderia ganhar maior relevo. Uma sugestão é refletir sobre jeitos de ajudar a pátria amada. Por exemplo: em vez de esperar que outros consertem a bagunça, fazer cada um a sua parte. Em vez de reclamar, sair fazendo. Em vez de tirar o corpo fora, entrar na briga. E aí cantar com todo ardor: “Salve lindo pendão da esperança! Salve símbolo augusto da paz! Tua nobre presença a lembrança da grandeza da pátria nos traz.”
Por falar nisso, você ainda lembra do hino à bandeira?