Ontem foi o Dia de Ação de Graças, uma data que o Brasil festeja oficialmente desde o ano de 1966, sempre na quarta quinta-feira do mês de novembro. Festejamos, sim, mas sem lá muito fervor.
*****
Nos Estados Unidos, a festa é tão antiga quanto grandiosa – acontece desde o século XVII, como aqui, na quarta quinta-feira de novembro. O dia de Ação de Graças, ou Thanksgiving Day, marca um dos mais importantes feriadões do ano. As escolas param e também as repartições públicas. Parentes vêm de longe, os aeroportos viram um caos, as rodovias ficam atulhadas. Mais do que no Natal, é a hora em que a família se reúne. Preparam-se comilanças para longos serões ao redor da mesa.
Quase todo mundo procura imitar em casa a refeição que teria originado a comemoração, lá por 1620, quando os índios e os primeiros colonizadores do país confraternizaram, depois de uma colheita excepcionalmente farta. Por isso mesmo, na mesa de hoje em dia não podem faltar os itens que foram preparados lá atrás, como peru recheado, batata doce, milho e uma torta de abóbora.
Antes ou depois da refeição, permanece o costume de fazer uma prece de gratidão.
O dia seguinte, a sexta-feira, é bem americano: marca o início do período de compras de fim de ano. As lojas – e os clientes – vão à loucura. As promoções são espetaculares. Compra-se o que é preciso e o que não é, claro.
*****
Relacionado com o dia, ficou famoso um poema de autoria de Florence Coates, publicado no ano 1905, sob o título de Thanksgiving. Ficou famoso, especialmente por dizer coisas menos óbvias. Um trechinho dele, fala assim (em tradução livre):
Senhor, eu Te agradeço pois,
por quanto a gente cresça,
Sempre há algo além.
Eu Te agradeço pela esperança que existe
Antes da vitória que não vem.
Eu Te agradeço, Senhor, pelas graças não obtidas,
Pelos bens que continuam inalcançados;
Pelo mistério – as coisas
Que ultrapassam nossa capacidade de entender.