Faz algum tempo que elejo quatro ou cinco desafios que pretendo superar no ano que se inicia. Mas não faço disso uma obsessão a ser cumprida a qualquer custo nos 12 meses que se avizinham. A maior frustração deste 2011 que acaba em poucos dias está no fato de não ter me dedicado ao desenvolvimento de um trabalho voluntário.
Tenho saúde, filhos saudáveis e uma mulher parceira de todas as horas. No trabalho considero-me realizado, orgulhoso das atividades desenvolvidas ao longo de mais de 30 anos de jornalismo. Portanto, o mínimo que posso fazer é retribuir estas dádivas junto às pessoas que necessitam de quase tudo e que são submetidas à própria sorte.
No epílogo de 2011, tive o privilégio de ver minha filha Laura, de 17 anos, formar-se no Ensino Médio e ser aprovada no curso de Direito. Já o piá, Henrique, de 16 anos, cursará o último ano do antigo Segundo Grau e vai para o Canadá em janeiro para uma viagem de intercâmbio para aperfeiçoar a língua inglesa. Por favor, não encarem estas linhas como um exercício de exibicionismo. Encarem como um motivo de orgulho indisfarçável e, acima de tudo, de agradecimento a todos que me ajudaram a atingir estas metas. Especialmente aquele “lá de cima”, que nos observa diariamente.
Na retaguarda destes imensos desafios felizmente superados, está a figura insuperável da aminha mulher, Cármen Nunes Jasper, também jornalista e que, a despeito da possibilidade de aposentar-se, a cada dia assume mais responsabilidades profissionais. Ela tem noção de que a sua experiência é importante no desenvolvimento de espinhosas rotinas que desenvolve no serviço público. Principalmente numa área tão carente como é a saúde.
Não existem fórmulas mágicas de felicidade, mas todos conhecem maneiras de evitar dissabores e frustrações
Por esta pequena amostra, amigos leitores, sinto-me na obrigação de contrariar um grande contingente de pessoas que costumam reclamar do que não foi conquistado, esquecendo-se das inúmeras bênçãos recebidas ao longo do ano. Agradecer ao invés de reclamar talvez deixe as pessoas mais felizes, menos frustradas e diretamente sintonizadas à realidade.
Assim como não se deve pedir demais, também é frustrante esperar das pessoas o que elas não têm para nos dar. É comum jogarmos grande expectativa entre aqueles que nos rodeiam. Isso muitas vezes não é correspondido. Não tomem isso como pessimismo. Pelo contrário. Costumo encarar os desafios com otimismo, mas sem tirar os pés do chão.
Não se trata de uma fórmula infalível de felicidade e realização pessoal e profissional, mas ajuda a enfrentar as frustrações e tristezas do insucesso. E serve, de quebra, para valorizar aqueles que nos dão alegrias e que nem sempre são lembrados.
Um 2012 repleto de tudo de bom que é possível conquistar! Valorize os amigos, ajude a quem precisa, compartilhe alegrias com sua família e trabalhe sem a obsessão única do sucesso e do dinheiro.