Na última segunda-feira, jornais publicaram o pedido de demissão do ministro do Trabalho e também uma fotografia tirada no dia da posse de Dilma Rousseff. A foto mostrava a presidenta, seu vice e ministros, incluído aí o mais novo demissionário.
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Bom, aqui precisamos abrir um parênteses para ajudar a memória geral: nem todos os ministros são ministros. É assim: atualmente existem ministérios mesmo, também secretarias com status de ministério e órgãos com status de ministério. Mas os titulares das secretarias e dos órgãos igualmente atendem pelo nome de ministro. De modo que alguns ministros são ministros, outros, não são ministros, mas se chamam de ministro. Entendeu?
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Ok, voltemos à fotografia batida no dia da posse. Ali aparecem 37 chamados ministros – 28 são homens e nove, mulheres. Os homens envergam trajes que parecem combinar com a gravidade do cargo, apenas uma ou outra gravata é mais colorida. A exceção fica com o ministro-chefe do gabinete de segurança institucional, que usa uniforme militar, já que é um general-de exército brasileiro. Quase não se pode ver a roupa das mulheres, porque elas estão postadas mais no fundo. Na primeira fila, além da presidenta e do vice, aparece só uma mulher, a ministra da Cultura – aquela que é irmã de Chico Buarque – e mais dez ministros homens. Boa parte dos homens ali na frente é de estatura alta, fato que pode ter ajudado a garantir um lugar bom…
Fora a ministra da Cultura, as demais oito mulheres da equipe se distribuem na segunda fila, onde somam três, e na fila dos fundos, onde se colocam as outras cinco. Escondidas atrás dos homens, não dá para ver o que elas vestem. Só se vê bem o traje da ministra da Cultura: um vestido curto meio esquisito.
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Nem todos os ministros estão sorridentes, mas todos mostram o olhar confiante dos que foram escolhidos para salvar a pátria.
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Fiquei olhando para a foto. Em menos de um ano, o grupo se alterou substancialmente. Sete dos ministros empossados em janeiro já deixaram o gabinete. Na foto de janeiro, os sete excluídos pareciam muito bem instalados no cargo. Tanto que cinco deles vêm colocados na primeira fila e os outros dois na segunda fila, nenhum na última. Até agora, dos que estavam postados lá atrás nenhum saiu. A ministra da Cultura, por sua vez, é a única mulher em perigo de perder o posto e também a única que estava na fila da frente.
Conclusão: será que daria para pensar que quanto mais na frente o cara se coloca mais perigo corre?