Stefan Zweig nasceu en Viena (1881), capital da Áustria, onde foi, durante parte de sua vida, ensaista e biógrafo, sempre reconhecido como um dos melhores da época.
Filho de judeus-alemães, o pai nascido na Morávia, uma pequena localidade de crentes e a mãe, não tão praticante de costumes austeros, quanto o genitor.
Stefan integrou desde a tenra idade a burguesia de Viena e como bom Moraviano (para resumir, uma espécie de maneira de viver e comportar-se, cuja finalidade era entregar-se a uma causa ou a uma verdade) cresceu desejoso de ver o mundo alegre, livre e feliz.
Graduou-se em Filosofia e Letras. Seu primeiro livro, aos 21 anos, chamou-se Cordas de Prata, uma coletânea de poemas.
Stefan conheceu quase tudo das literaturas inglesa e francesa, das quais traduziu para o alemão as obras mais famosas.
Em 1915, durante a 1ª Guerra Mundial, escreveu as biografias de Honoré de Balzac (A Comédia Humana), Dickens, Dostoievski, Nietzsche, Stendhal e Tolstói, às quais, mais tarde, acrescentou Fouché, Rilke e Romain Rolland.
Famoso na Europa pelo seu trabalho, pacifista e crítico do Neo Fascismo, Zweig teve sua obra proibida e seus livros queimados em praça pública. Sua novela, Ardor Secreto, transformada em filme, jogou os nazistas contra ele, que em função disso iniciou uma pequena peregrinação pelo mundo: Inglaterra, Estados Unidos (Nova York) e Brasil, para onde se transferiu em 1941.
Foi inspirado a escrever “Brasil, o país do futuro”, por antever, aqui, um amanhã sem violência ou autoritarismo. Sua casa situava-se em Petrópolis, uma cidade serrana e tranquila do Rio de Janeiro, à época.
Dividido em capítulos, o livro diz sobre São Paulo: “Não é o passado e nem o presente que tornam São Paulo fascinante, mas seu crescimento e seu futuro, a rapidez de sua transformação”.
No livro, Zweig excursiona à Bahia, anda nos morros do Rio de Janeiro, exalta o costume do brasileiro (lá se vão 71 anos) “sempre com um café quente para receber o visitante” e vai ao Recife, “cidade pronta para receber o amanhã”.
Em um ano, o livro “O Brasil é o pais do futuro” teve oito edições lançadas e esgotadas, o que mereceu enorme repercussão no país; quase nada, comparado com o que hoje acontece, graças ao mundo ter ficado bem menor pela Internet, mas a verdade é que o moral do país elevou-se.
Sucede que, por essa época, chega aos Estados Unidos o maior fenômeno brasileiro da música e do cinema, a portuguesa Maria do Carmo Miranda da Cunha – nascida na cidade do Porto – de nome artístico Carmen Miranda, com seus mais de 20 filmes e dezenas de músicas de grande sucesso para dar o impulso ao que afirmava o livro e já estava sendo introjetado em cada brasileiro de então.
A crônica nacional, através do rádio e dos jornais – não havia tv, na época, no Brasil – passou a fazer de Carmen Miranda, nos Estados Unidos, seu maior ponto de referência, ajudada pelo fato da cantora, desde seu 1ª espetáculo na América do Norte (Boston, com o show Street of Paris) colocar-se como a mais bem paga artista daquele país, o que já havia acontecido no Brasil, durante todo o tempo em que aqui se apresentou (1930/1939).
Ainda não havia autossuficiência em petróleo no Brasil – como agora – nem bioenergia, mas o país, cada vez mais, passou a considerar-se o País do Futuro, até porque teve um comportamento valente e festejado com a FEB na 2ª Guerra Mundial.
Na próxima e última parte desta matéria, O Futuro Chegou, Estamos Preparados!
Sem faltar, é claro, uma análise de como e onde podemos melhorar para chegar ao ponto que a história nos reserva.