Por incrível que pareça, um momento não tão bom na luta contra o câncer ocorreu no início da última década do século passado, quando o posto de maior inimigo público do mundo mudou de ocupante: era o câncer, ficou sendo a AIDS.
Foi como se o câncer estivesse sendo rebaixado na tabela de letalidade, por assim dizer. E até ganhou um certo fôlego. Falava-se, discutia-se, temia-se a AIDS.
O câncer, numa espécie de “segundo plano”, parecia estar renovando forças para continuar a exercer seu criminoso papel.
Mas, felizmente, nem toda a raça humana deu trégua ao velho inimigo. A classe médica, em uníssono, intensificou pesquisas e começou a utilizar novos e potentes tratamentos contra “o tumor maligno formado pela multiplicação desordenada de células de um tecido ou de um órgão”. Contra o câncer, em outras palavras.
Ao final da primeira década do século XXI, o inimigo está claramente definido e sobre ele se pode declarar que:
– no mundo inteiro, o câncer de pulmão é o que acomete o maior número de pessoas. Conforme o país ou região, o câncer chega, via pulmão, em até 90% dos casos;
– o câncer de mama ainda é o segundo tipo de câncer mais frequente no mundo e o primeiro entre as mulheres. Até hoje, ainda não se conseguiu explicar o porquê, quanto mais desenvolvido o país, maior o percentual de câncer de mama entre suas mulheres.
É preciso dizer que homens também sofrem desta patologia, mas em números significativamente reduzidos;
– o câncer de estômago continua sendo o terceiro tumor maligno mais frequente no mundo.
É preciso alertar que o câncer é, a princípio, indolor, o que torna difícil seu diagnóstico precoce, muito embora causa de frequentes hemorragias, às vezes de importância mínima, mas que devem ser cuidadosamente examinadas.
Alertar para exames preventivos tem funcionado em vários casos, especialmente em cânceres glandulares (próstata), tido como câncer de terceira idade, uma vez que 75% dos casos, no mundo, ocorrem entre os homens com mais de 65 anos. Por ser diagnosticado de maneira mais rápida e tratado de forma mais segura, o câncer de próstata apresenta mortalidade relativamente baixa no Brasil.
Os dados do Instituto Nacional de Câncer mostram que o inimigo existe, está vivo e continua ferindo de morte, mas o policiamento sobre ele, principalmente preventivo, está reduzindo a força deste respeitável matador. Provando que prevenir é sempre melhor do que lamentar.