Todo mundo (ou quase) adora comer chocolate. Para essa galera, a perdição mora na Páscoa. A Páscoa passa longe da expiação de pecados, conforme o ideal das comemorações que marcam esta quadra do ano. O período é lúgubre, mais propriamente reservado para o jejum e a meditação, mas não adianta. Toneladas de chocolate são vendidas.
A quantidade do produto que é comercializado autoriza a pensar que as crianças não são os únicos consumidores, provavelmente tem muita outra gente metida no rolo – e aproveitando para livrar a barriga da fome de doce.
****
Ao que tudo indica, estamos diante de uma missão impossível. Ou seja, como conciliar a característica altamente calórica do chocolate, seu consumo maciço e o fato de ninguém querer engordar? O embroglio continua, se o caso for observado de outro ângulo. Assim: a indústria não quer parar de vender, a população não quer parar de comer, mas, ao mesmo tempo, rechaça a ideia de incorporar qualquer grama extra de peso. Fazer o quê?
****
Nutricionistas declaram que o chocolate está liberado, até recomendam. Simplesmente, deve ser consumido com moderação. Mas o que vem a ser moderação neste caso? Vê só: dizem que se podem comer trinta gramas diários. Quase uma ofensa. Trinta gramas equivalem a um reles bombom.
Se você gosta de chocolate, sabe que não é assim que funciona. Depois de abrir uma caixa, ou depois de romper a embalagem da barra, está aberta a porteira. Onde passou um boi, passa toda a boiada.
Mudando de cesta pra mala. Seria parecido com este processo o fenômeno da corrupção em nosso país?
****
Seria mais ou menos assim? O cara começa a carreira adquirindo a “simpatia” do eleitor (aí perderia sua inocência). Depois, com a faca e o queijo na mão, diante das chances de forrar a carteira, quem é que segura? Come um bombom (se é que me entendem), lambisca nos dedos, pega mais um, depois outro. E lá se vai o boi com a corda.
Se for desse jeito, abro o meu voto. Para vereador, para prefeito, para presidente de clube e tesoureiro de festa só apoio gente que tem resistência. Seja diante da oferta de regalias especiais, seja de privilégios em cash, seja de um ninho de Páscoa.