Duas coisas tiram Arroio do Meio do sério – de acordo com o médico Roberto Iorra. As duas coisas são, enchente e gincana.
Sobre o alvoroço da enchente, melhor nem falar. Ainda menos nesta fase de tempo tão seco. Mas sobre gincana dá para falar. E como!
A gincana The Horse é um evento impressionante. Acredito que é difícil encontrar exemplo melhor para explicar a expressão: “atira no que vê e acerta no que não vê”.
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É assim, durante todo um fim de semana, a cidade fica irreconhecível. Mas, para além da agitação do momento, a gincana transforma o futuro. Minha tese é que a gincana muda o presente e muda ainda mais o futuro – mesmo que agora não seja possível mensurar o porvir.
Vê só. Quem é capaz de encontrar um jeito melhor de fazer tanta gente ensinar/aprender tanta coisa em tão curto período de tempo? E não se trata de ensinar ou aprender no papel, só teoria, blá-blá-blá. Nada disso, as tarefas da gincana pedem a mão metida na massa. Planejar na prática, na prática mobilizar o grupo, produzir soluções visíveis, computáveis. Descobrir na prática que nada acontece sem liderança e sem muito esforço, que não existe milagre. Pode ser que Deus seja brasileiro, mas Ele só ajuda a quem cedo madruga.
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A gincana estimula talentos e mostra que a vantagem está no conjunto. Larga na frente quem tem mais colaboração de diferentes cabeças, idades e ofícios. O canal é misturar elementos. Engenho com arte. Está enganado quem pensa que a União faz açúcar. A união faz a força e sem unidade não dá para chegar à vitória.
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A gincana mostra que é bom conviver. Que há alegria e proveito em pertencer a um grupo em participar de projetos. Que o esforço e a festa se juntam, que participar enche muito mais a barriga do que ficar trancado no quarto com o som a todo volume.
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A gincana chama a atenção para a vida real. Foi o caso, este ano, dos cães protegidos pelos voluntários da APAAM.
Como resultado fica evidente que não há problema insolúvel. Se o pessoal pega junto, constrói uma saída legal. Ou seja, problemas só permanecem, enquanto não são enfrentados. Não há impossíveis.
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A gincana atira no que vê e acerta no que não vê.