A notícia que mais me alegrou na última edição do nosso O Alto Taquari foi a transferência de 70 cães sob os cuidados da Associação de Proteção aos Animais Arroio-Meenses (Apaam). Moro numa grande cidade onde o fenômeno da adoção de mascotes – ou animais de estimação – é impressionante, conforme já comentei neste espaço.
Chama a atenção, na mesma proporção, a quantidade de filhotes abandonados, principalmente às vésperas das férias de verão. No embalo da “moda pet” muitas pessoas adquirem um cão ou um gato sem considerar longos períodos de ausência ou de viagem. O resultado são cães de raça, comprados a preços caríssimos, vagando pelas ruas, abandonados sem a mínima piedade.
O trabalho desenvolvido pela Apaam é meritório, fundamental e de inestimável utilidade pública. Em minhas visitas a Arroio do Meio tenho ouvido sobre os benefícios da dedicação baseada no amor incondicional pelos animais.
Não basta comprar e alimentar um mascote.
Cuidar de um filhote requer carinho, atenção, capricho com o visual, além de desprendimento para fazer caminhadas diárias, sem falar na aplicação de vacinas e uso correto dos medicamentos. A disponibilização de uma área específica para a guarda dos bichos sem lar, longe das áreas residenciais, é uma decisão acertada e moderna que merece aplausos.
Não faltará quem dirá que o investimento com remédios, habitação e transporte é prioritário. Concordo, mas acho que não são necessidades excludentes. O abandono de animais envolve mais que um simples capricho. É uma questão de saúde pública que necessita enfrentamento imediato, sob risco de se desenvolver epidemias originárias nestes mascotes jogados ao relento.
O trabalho da Apaam combate o abandono dos animais e possíveis risco de epidemias
A existência Apaam traz consigo ainda o benefício de permitir a adoção gratuita de um animal de estimação plenamente sadio. Isso evita a despesa com a compra em lojas especializadas. Quem for à entidade também sairá com um companheiro com todas as garantias de sanidade além de dicas valiosas que, de outra maneira, somente seriam possíveis mediante uma consulta veterinária.
O trabalho da Apaam merece elogios e reconhecimento Poucos municípios possuem uma entidade voltada a este trabalho que sobrevive de doações e da boa vontade de uns poucos. Uma parte do problema está resolvida, através, ainda, da sensibilidade da prefeitura que, depois de uma longa espera da entidade, doou o terreno, além de recursos extras. E o município luta com dificuldades para cumprir seu orçamento, mas num esforço viabilizou esta solução.
Resta agora a comunidade ajudar com a indicação de animais abandonados ou sugerindo a amigos e familiares uma ida à Apaam para adotar um novo amigo. Indefesos, muitas vezes os mascotes são adquiridos num momento de euforia sem planejamento. Mas há pessoas de sensibilidade e responsabilidade que doam muito de seu tempo para resolver um problema cada vez maior em cidades de todos os portes.
Parabéns à Apaam e à prefeitura.