Acabo de voltar de uma viagem. Estive fora umas duas semanas. (Fora a Patroa, ninguém notou a falta neste canto do jornal, mas faltei). Fazia algum tempo que não viajava aos Estados Unidos. Tinha curiosidade em relação ao momento que o país vive. Muito se fala sobre a recessão. Haveria menos gente nos shopping centers? O trânsito teria diminuído nas auto-estradas? Como o país se prepara para as eleições?
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Este é ano de eleições presidenciais americanas e elas são tratadas de um jeito próprio. Na TV não existe horário eleitoral gratuito. Os partidos pagam para fazer sua propaganda. Os comerciais procuram “vender” as ideias do partido. Os comerciais também fazem comentários sobre fatos do momento. São preparados para ir ao ar, por exemplo, imediatamente após a divulgação mensal de indicadores econômicos. O objetivo é bater no adversário em cima do lance.
É fato que a crise da economia abala a popularidade do atual presidente. Se a economia andasse bem, Barack Obama deveria se reeleger com facilidade. Do jeito como está, fazer previsões é arriscado. Pesquisas recentes mostram Obama com 52% das intenções de voto e seu opositor, Mitt Romney, com 47%, mas com a tendência de emparelhar mais ainda.
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Na última semana de agosto, realizou-se a convenção do partido republicano – de Mitt Romney, com a indicação oficial do candidato e também a demonstração de unidade do partido, que estava dividido no apoio a candidatos diversos até aquele momento. Ou seja, tradicionalmente, a convenção marca o fim das disputas internas. Sai todo mundo abraçado em busca da vitória. Na primeira semana de setembro, foi a vez da convenção do partido democrata apontar Obama para a reeleição. A título de curiosidade, vale registrar que cerca de 15 mil jornalistas se credenciaram para a cobertura de cada um dos eventos.
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A olho nu, devo dizer que não vi recessão nenhuma. As pessoas podem estar mais cautelosas, mas continuam andando em seus carrões. O desemprego aumentou, mas isto não aparece na rua.
O que impressiona sempre nos Estados Unidos é a fantástica infraestrutura de transportes e a quantidade de soluções para tornar mais fácil a vida das pessoas – de todas as pessoas. Quando a gente volta para cá, fica meio triste. Vem à cabeça tanta coisa que se poderia fazer para melhorar nosso país…
E ficaria muito mais triste, não fosse a perspectiva de tomar um chimarrão bem no capricho, enquanto assa o churrasquinho de domingo.