No feriadão estive em Arroio do Meio, mas quase não saí da casa da dona Gerti, minha mãe. Na companhia dela e do meu filho Henrique fui tomar um chimarrão no abafado anoitecer de 7 de setembro no caminhódromo. É um lugar aprazível, bem arborizado e que estava lotado com famílias fazendo exercícios, caminhando ou batendo papo. Um senão, apenas, foi a presença de cães, apesar de uma placa proibir. Já no sábado fui ao Supermercado Três Guris onde a carne e o atendimento me fizeram cliente cativo.
Quero manifestar aqui meu orgulho em ser arroio-meense em plena época de agitação política. Ao contrário de outras pessoas, acho fundamental ver as ruas enfeitadas com cavaletes, os veículos com adesivos e os jornais com “santinhos”, tudo com o número e o partido dos candidatos ao pleito de 7 de outubro. Infelizmente há uma generalização equivocada – como sempre – a respeito da classe política. É impossível que não haja ao menos um prefeito, vereador ou candidato que trabalhe seriamente em busca de soluções para os problemas do nosso município.
Ao assistir à tevê ou ler os jornais tem-se a impressão de que há quatro anos nós elegemos apenas vigaristas que se locupletam do mandato para usufruir de benefícios pessoais. Não esqueça que desqualificar toda a classe política é colocar em risco a democracia, restaurada no Brasil graças à atividade política. Antes disso, a pretexto de que só havia ladrões, calou-se a população, parlamentos foram fechados e a mordaça silenciou a imprensa. Por isso, a cada quatro anos temos a oportunidade de ratificar ou mudar nossa escolha.
Depois de eleito, o candidato deve ser fiscalizado, sob pena de termos passado um cheque em branco
Outro motivo de orgulho para mim é a presença de muitos jovens na busca de um mandato. Muita gente torce o nariz para pretendentes sem experiência, mas a possibilidade de renovação aperfeiçoa o processo democrático. Novatos, ao lado de veteranos, constituem a possibilidade de dispor de mais opções, rechaçando o ranço de que “são sempre os mesmos em busca das benesses do poder”.
Ao folhear a edição do O Alto Taquari reconheço gente conhecida e jovem, outros que jamais ouvi falar em meio a nomes consagrados da política municipal. Este repertório de alternativas oferece ao eleitor a perspectiva de decidir o futuro do município. Democracia permite o voto nulo ou branco, mas fundamental é comparecer, condição indispensável para criticar depois. Depois de eleito, o candidato deve ser fiscalizado com rigor, sob pena de termos entregue um cheque em branco que somente poderá ser resgatado em 2016.
Votar é um privilégio. Usufruir é ajudar a escrever a história da nossa comunidade.