Na última edição publiquei aqui uma recordação inesquecível de amigos de adolescência, mas cometi um pecado mortal: não citei uma guria sequer, o que não passou despercebido e atiçou a fúria de uma atenta leitora, minha contemporânea, que rogou anonimato. Pelo perdão da ala feminina hoje citarei apenas as meninas inesquecíveis.
Quando me mudei “para a cidade”, vindo do bairro Bela Vista, havia gurias muito bonitas ali no início da rua Doutor João Carlos Machado. Lembro da Maristane Henz, cujo pai era taxista, e a irmã, Caren, reencontro no Instituto de Cardiologia quando faço check-up. Na rua Visconde do Rio Brando morava a simpática Neuzinha Kunz, pouco adiante a morena Suzel, irmão da Taís Fluck. Pouco adiante reinava Márcia Krey, queridíssima amiga que reencontrei recentemente com seu eterno bom humor e simpatia.
A galera do vôlei do Colégio São Miguel contava com vários grupos de irmãs, como as Sbardelotto – Ieda, Ione, Iraci (Tareco), juntamente com as também irmãs Ilda e Márcia Johann. Outras irmãs que se juntavam eram as Pallaoro – Maristela, Marialva e Magda – e outras gringas – Doralisa e Dolores Meneghini. Ângela Tasca era outra habituê do vôlei juntamente com Lizete Barden, Neusa Dalpian, Maristane Noschang, Cléa Meneghini, Helena Schroeder, Karen Führ, Diva Conrad, Eloí Martins e Lorna Lehenbauer.
Que tal um jogo de vôlei e uma reunião-dançante para lembrar dos velhos e bons tempos?
A leitora que puxou minhas orelhas – e que assina como “Leitora indignada” – lembrou que, além de serem atletas atuantes e estudantes exemplares, as gurias se postavam nas arquibancadas para torcer pelos guris. “Nós tornamos a vida de vocês (guris) mais colorida com nosso sorriso, além de incomodar com nossas opiniões “sem noção”, irritando com nosso mau humor de TPM fora de hora e cativando com nossos olhares, principalmente durante o recreio, quando nos acotovelávamos pelos muros do colégio”, recorda a implacável missivista.
Com riqueza de detalhes ela acrescenta: “Torcíamos pelos guris com roupas sexy, calções curtíssimos para a época, sem falar nos saiotes de um meigo xadrez vermelho e branco… ah… havia também as reveladoras bombachinhas que acompanham o conjunto e que fazia bater mais forte o coração da gurizada”. A leitora está coberta de razão e lembro a professora Rosali Heiss.
Depois de tantas e tão detalhadas recordações adormecidas no recôndito do meu coração não resta outra coisa do que dedicar todo este espaço às gurias que sempre estiveram conosco. Na sala de aula, nos treinos de vôlei, nas excursões, nas reuniões-dançantes de garagem e para sempre em nossa lembrança.
Para provar que não houve qualquer vestígio de má intenção na semana passada, sugiro a realização de um torneio de vôlei num sábado à tarde no Salão Paroquial com toda esta turma. E quem sabe um churrasco ou reunião-dançante pra fechar a noite para selar a paz?