O sonho de todo brasileiro é um dia viajar ao exterior e, ao invés de ouvir a tríade “Pelé, Ronaldinho, Carnaval” ter o prazer de degustar uma expressão como “Parabéns! O desenvolvimento de vocês é de dar inveja!”.
Escrevo sob o impacto de mais um apagão que atingiu o Nordeste do país. Mais alarmante que o fato em si é o motivo da escuridão: um incêndio numa subestação no Maranhão. O setor elétrico emprega tecnologia de ponta. Isso torna incompreensível o fato de não existir um plano de contingenciamento – ou Plano B – para incidentes deste tipo.
Desde a ascensão do ex-presidente Lula ouve-se que apagões e escassez de energia “são passado, coisa do tempo de Fernando Henrique Cardoso”. Não se trata de uma questão política, mas da falta de um insumo vital para a instalação de uma fábrica, ampliação de qualquer indústria ou para o aumento da iluminação pública de uma grande metrópole.
A região da fronteira do Rio Grande do Sul sofre há décadas com a escassez de energia elétrica. Uma usina termoelétrica de Uruguaiana (da AES) está há oito anos desativada. Apesar de um acordo assinado entre Brasil e Argentina, o governo de Cristina Kirchner ignora o documento e se nega a fornecer gás para abastecer o complexo energético.
Pelo menos oito indústrias prospectaram áreas para instalar unidades fabris em Uruguaiana nos últimos anos, mas o estudo de viabilidade energética desaconselha o investimento naquele município. Enquanto isso, bilhões de reais, financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ou seja, recursos do contribuinte enferrujam com os equipamentos sem uso.
Um apagão nas regiões Sul ou Sudeste causaria consequências imprevisíveis
A falta generalizada de luz da semana passada atingiu uma região onde a atividade industrial não é maciça. Mas imagine, prezado leitor, a ocorrência de um apagão semelhante nas regiões Sudeste ou Sul. Os prejuízos seriam incalculáveis, sem falar da desorganização social sem elevadores, ar-condicionado, sinaleiras nas ruas, computadores ou água, já que as bombas seriam paralisadas.
A falta de energia soma-se às precárias condições das rodovias, ao envelhecimento dos terminais portuários à subdimensão dos terminais aéreos que gentilmente chamamos de aeroportos.
Investimento no setor energético exigem bilhões de dólares e décadas para sua implementação. Motivo de júbilo das autoridades, a realização da Copa do Mundo será um período de vigilância constante. Turistas de todo o mundo estarão aqui. De acordo com a receptividade e das condições de deslocamento e de acomodações poderão retornar posteriormente trazendo suas famílias e levar ao mundo uma boa imagem do Brasil.
Do contrário nós sabemos o que acontece. Quando somos bem atendidos comentamos com alguns amigos. Mas em caso de mau tratamento no nosso condomínio, a empresa onde trabalhamos e todos os nossos amigos das redes sociais tomam conhecimento do estabelecimento que tratou mal um cliente.