Estamos a poucas horas da virada do ano. Sob a implacável ressaca de uma noite mal dormida graças aos termômetros que apontavam implacáveis 30 graus penso no desafio de ser original. O infalível remédio, como sempre faço, é abrir meu coração para o leitor, motivo da ocupação deste espaço.
Não posso reclamar deste 2012 que se esvai sob o espocar de espumantes e fogos, além de beijos estalados, abraços calorosos de um Feliz Ano Novo. Minha saúde – apesar de alguns senões normais de um jovem senhor rebelde de 52 anos – vai bem obrigado, muito graças aos avanços dos laboratórios que faturam bilhões com a “terceira idade”.
Em termos familiares minha mulher continua carinhosa e linda, trabalhadora dedicada, mãe zelosa e profissional obcecada pela qualidade da sua função. Minha filha mais velha, Laura, 18 anos, se encontrou no curso de Direito, considera relevantes para a vida os conteúdos do curso, dedica-se com afinco e colhe ótimas notas. Henrique concluiu o Ensino Médio e passou em dois vestibulares para Jornalismo, comprovando a tese de que “a fruta não cai longe do pé”.
Em temos patrimoniais mudamos para um apartamento maior com mais privacidade para todos, além de ser um imóvel bem localizado, mas que exigirá sacrifícios sem vacilo para ser pago. De quebra, depois de muitos anos, gozarei de 10 dias de férias à beira mar ao lado da família.
2013 certamente tratará desafios a serem superados. Percalços constituem o tempero da vida desde que, como se vê na cozinha, existentes na quantidade certa sob uso com moderação. Muita gente vai fechar os olhos à meia-noite de segunda-feira para liberar um profundo suspiro. “Já vai tarde!”, dirão. É normal. É para isso que um ano “zero quilômetro” se descortina bem diante de nós a cada 12 meses.
Há décadas evito alinhavar alvos na linha do horizonte que assinalará o final do ano novo que recém flerta conosco. Fiz muitas amizades novas em 2012, revi antigos afetos, recordei momentos empoeirados nos recônditos da memória. Há muito que fazer. Reconquistar o respeito e o carinho de familiares próximos, aperfeiçoar a rotina, desenvolver gentilezas constantes àqueles que me cercam.
Não são tarefas difíceis. Exigem dedicação, um pouco de atenção. E a lembrança de que em 12 meses poderei abrir uma nova agenda de papel (coisa de velho!) ao mesmo tempo em que vou folhear a antiga para transferir compromissos. Se conseguir sorrir em alguns trechos serei um pai realizado, um marido dedicado, um profissional parceiro dos colegas. Um homem feliz!
Desejo a você, leitor (a), que 2013, seja um grande amigo. Daqueles que não vemos há tempos e que, ao vislumbrar, abrimos um sorriso escancarado para pensar: “Agora sim! Vai valer apena viver mais!”