Difícil calar a respeito da tragédia que vitimou mais de duas centenas de jovens em Santa Maria. Todos ficamos impactados com o tamanho da desgraça. É contra a lei da natureza morrer antes do tempo. Ou seja, morrer antes de ter fechado o ciclo da maturidade.
Horrível é saber, de outra parte, que medidas básicas de segurança poderiam ter evitado o descalabro. E aqui está o ponto que eu queria enfatizar.
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Em nosso meio, a noção de que prevenir é melhor que remediar ainda precisa ficar mais espalhada. Nós facilmente nos esquecemos de que nem sempre existe algum remédio depois que o mal foi feito. Ou tomamos a cautela necessária antes ou.. ou não adianta mais.
Cabe lembrar o tanto que custou para o cinto de segurança ser utilizado nos automóveis. E volta e meia ainda se encontra gente que só bota o cinto por medo da polícia, como se isso fosse o principal. No ambiente de trabalho é a mesma coisa. Experimente contratar alguém para pintar o telhado de sua casa. Tem muita chance de ficar estarrecido com o espetáculo de malabarismo. Talvez até recorde de orações que nem lembrava mais, só de medo de desastre. Quando insistir com medidas de segurança, pode ser taxado de medroso e frouxo – ou coisa pior.
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No tempo em que estudei na Universidade do Texas, nos Estados Unidos, acompanhei duas operações simuladas para ensinar como agir em caso de catástrofe, fosse incêndio, ataque terrorista ou ação de algum maluco.
Nunca aconteceu nada de verdade e aí vai alguém pensar que o dinheiro da operação foi posto fora. O caso é que prevenir é sempre mais barato do que consertar o dano. Sem falar que nem sempre tem conserto.
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Que se aproveite a hora triste para averiguar como está a segurança no local em que moramos, trabalhamos, ou nos reunimos. Havendo indicação, abrir a bolsa e investir nas medidas adequadas. Chorar depois é o que custa mais caro.