Estou nos Estados Unidos desde o início da semana passada. Já na chegada, era possível ver que havia alguma coisa anormal. As bandeiras hasteadas à meia altura no aeroporto quase assustavam os viajantes que ignoravam as últimas notícias. Aqui, é muito comum empresas e mesmo casas particulares hastearem bandeiras. Desta vez, as bandeiras mostravam luto em vez de sinalizar patriotismo.
Como se pode imaginar, a explosão na maratona de Boston e a busca dos responsáveis tomaram conta dos noticiários. Redes de TV, como a CNN, falaram de Boston o tempo todo. Todavia, não mostraram muito do aparato utilizado para prender o segundo suspeito, durante o dia em que ele foi procurado. Em parte, frustraram a curiosidade geral. Aconteceu que, em acordo com a polícia, as televisões suspenderam a transmissão de imagens ao vivo. A ideia era evitar a possibilidade de orientar o rapaz, caso ele estivesse assistindo TV.
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Em relação à economia, há otimismo. O desemprego vem diminuindo gradativamente. No último ano, na área de Houston, no Texas, foram criados 102.300 novos postos de trabalho. A taxa de desemprego hoje está em 6%. Ainda é um pouco mais alta do que a do Brasil, mas vem diminuindo de forma a produzir um alívio geral.
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A novidade em Houston é que agora há mais restaurantes gaúchos aqui. A “Fogo de Chão” já é tradicional e segue fazendo sucesso. Na mesma rua apareceram mais duas churrascarias, a “Chama Gaúcha” e a “Texas do Brasil”.
Não entrei para conferir, mas a julgar pelo número de carros estacionados no pátio, a carne está sendo assada no ponto.
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É surpreendente a forma como se faz propaganda de armas nos Estados Unidos. Vendem-se armas com a mesma naturalidade com que se vendem sapatos ou computadores. Numa edição do jornal desta semana havia vários encartes publicitários. Um deles, para vender armas. Examinando o anúncio, descobri que um revólver ou pistola pode custar entre 199 e 649 dólares. Um rifle, por sua vez, tem o preço entre 179 e 1.699 dólares. A curiosidade é que a marca gaúcha Taurus também estava presente no anúncio.
Por falar em marcas gaúchas, no Walmart (a maior rede de lojas de varejo nos Estados Unidos), a Tramontina ocupa uma prateleira inteira na seção das panelas. Achei que as panelas parecem mais bonitas aqui.
Parecem. Mas talvez isto não seja outra coisa do que saudade de casa.