Lavras do Sul – A busca por maior qualidade na pecuária ganhou reforço na semana passada. O governador Tarso Genro anunciou, no dia 4, o projeto de lei que institui a rastreabilidade bovina. O Executivo enviou nesta semana a proposta para a Assembleia Legislativa. O anúncio ocorreu durante o V Seminário O Pampa e O Gado.
Com a rastreabilidade bovina, cada animal terá uma identificação. A medida foi tomada para combater o abate clandestino no Estado, impedir a sonegação de imposto e continuar os projetos de qualificação pecuária. Também foram anunciados investimentos de R$ 1,4 milhão para um conjunto de projetos de fortalecimento à ovinocultura gaúcha.
O projeto é elaborado há dois anos na Câmara Setorial da Carne e conta com experiências conhecidas em visitas técnicas feitas a Austrália, Nova Zelândia e Uruguai. Inicialmente, seria custeado por recursos do governo federal, alocados no orçamento da União através de uma emenda coletiva da bancada gaúcha no Congresso Nacional. Mas, a verba acabou sendo contingenciada e não foi liberada.
Agora, o Estado custeará a iniciativa que pretende, ao fim de cinco anos, identificar todo o rebanho bovino gaúcho. Conforme o governador, a implantação da rastreabilidade também produzirá resultados positivos para os cofres estaduais, com a redução da sonegação, do abigeato e do abate clandestino.
O projeto procurará uma competição de qualidade entre os produtores, ao invés de gerar uma disputa em torno do preço do produto. “Melhora ainda a questão da saúde pública, porque esses abates clandestinos que estão fora do controle do Estado são transmissores de doença”, disse.
De acordo com o secretário da Agricultura, Luiz Fernando Mainardi, o Rio Grande do Sul deixa de arrecadar cerca de R$ 60 milhões ao ano com a sonegação no setor da carne bovina. “Pelo menos 500 mil cabeças simplesmente desaparecem a cada ano”, justificou o secretário, ao informar que, no ano passado, por exemplo, foram registrados cerca de dois milhões de nascimentos de bovinos no Estado, mas há indicadores de que nasceram entre 2,5 e 2,6 milhões de cabeças.