O assunto “biografias” continua rendendo. Discute-se o direito de impedir a publicação de biografias não autorizadas.
Gente que leva uma vidinha obscura poderia até gostar de ser alvo de uma biografia, mas aí não haveria leitores (além de um punhadinho de parentes. Talvez). Com os famosos é outra coisa. Todo mundo adora espiolhar a vida deles, na expectativa, claro, de revelações inesperadas. Neste caso, quem não quer se expor são eles. Ó vida!
* * * *
No meio do imbróglio, o meu interesse por biografias só aumentou. Agora mesmo estou concluindo a leitura da autobiografia de Constaza Pascolato – quase 250 páginas. O título é “Confidencial – segredos de moda, estilo e bem-viver”.
Constanza Pascolato nasceu na Itália no início da II Guerra Mundial, em um ambiente de riqueza econômica e intelectual. Era ainda criança, quando a família se mudou para o Brasil, fugindo da guerra.
Com mais de trinta anos, pela primeira vez Constanza precisou ganhar a vida. Mas ganhar a vida como? Ela fora educada para ser uma esposa elegante, uma mulher refinada. E agora?
Para sobreviver, ligou-se ao mundo da moda. Óbvio que nem sempre as coisas foram fáceis. Mas os anos passaram. Ela aprendeu muito. Hoje Constanza é o maior símbolo de elegância em nosso país. E olhe que tem mais de 70 anos.
* * * *
Vou copiar alguns trechinhos de “Confidencial”, para ver se você gosta.
**
“A vida para mim é como a alta-costura. Se virar do avesso o que não é visto, o que está oculto, dever ser tão impecável e bem-feito quanto a imagem de perfeição aparente da roupa. Nunca gostei do que é só fachada.”
**
“Sempre tive horror à vulgaridade, inclusive na forma de pensar.”
**
“A moda me ensinou que é possível, sim, mudar e adotar pontos de vista que, em tese, nunca adotaria. Sempre há mais de uma possibilidade na vida.”
**
“Temos a obrigação, sim, de procurar viver da melhor maneira possível a idade que temos. Pode ser melancólico em alguns momentos, mas jamais deve ser trágico.”
**
“Se você é uma pessoa ressentida, amargurada, isso vai estar refletido no seu rosto. É mais uma expressão do que uma ruga.”
**
“Uma mulher bonita, na minha opinião, é aquela que se conhece profundamente, se aceita do jeito que é e entende que a beleza é uma convergência de diversas características: autoestima, segurança, tranquilidade, charme, presença.”