O Dia de Finados é uma data para homenagear os entes queridos. Para celebrar o feriado, milhares de pessoas passam os dias limpando e reformando os túmulos e comprando flores para expressarem a saudade. Para outros a morte é
algo natural e também uma forma de trabalho. A agente funerária Janaína Stoll mantém a tradição da família, que perdura há mais de quatro décadas. Ela e o companheiro Josemar, já se acostumaram com o trabalho.
A lida com mortos começou na década de 70, quando o pai Décio (já falecido) e a mãe Lia se especializaram, no município de Teutônia. Décio tinha experiência com pedras de areia feitas para cemitério e, em 1972, ele e a esposa abriram uma funerária em Marques de Souza.
A funerária se tornou um negócio de família. Janaína se adaptou fácil à rotina, porque desde pequena conviveu com este tipo de função. Quando seu pai faleceu, teve que ajudar a mãe a continuar com o empreendimento. Janaína criou seus filhos e viveu trabalhando junto com a mãe até a aposentadoria da matriarca.
Dedicação
O trabalho exige muita dedicação e sangue frio. O processo para o velório começa com a preparação do corpo. Janaína explica que primeiro o cadáver é levado até a funerária onde começa com a limpeza, maquiagem e após os familiares escolhem a roupa, flores e o caixão.
Josemar e Janaína revelam que muitas vezes abraços e palavras de consolo fazem parte da rotina. Não são todas pessoas que conseguem trabalhar com isso “É difícil ver amigos chorando pela morte de um familiar. Tentamos dar o apoio nas horas difíceis”.
Valores
Os custos para um velório são ilimitados. Na agência funerária de Janaína, começa em R$ 900 e vai até o valor que os familiares pretendem gastar. O caixão é de diversos tamanhos, dependendo do tamanho da pessoa a ser enterrada.
A tendência
para o futuro é a cremação. “Por falta de espaço nos cemitérios pessoas estão optando por esse processo”, avalia Janaína. Os corpos são colocados em fornos e incinerados a temperaturas altíssimas, fazendo carne, ossos e cabelos se transformarem em cinzas.
O que se celebra no feriado
A origem do feriado de Finados data do século II, quando cristãos faziam tributo e rezavam pelos seus falecidos nos túmulos. Já no século V, a comemoração começou a durar um dia inteiro do ano, dedicado a rezar por todos os mortos, e assegurar que todos recebiam a devida menção.
A partir do século XI a Igreja Católica obrigou propriamente as comunidades a dedicar esse dia aos Finados. O dia 2 de novembro foi estabelecido dois anos depois. Pelo contrário, esse dia dedicado a celebração da vida eterna das pessoas já falecidas não é cultivado de forma igual por todas as culturas e religiões.