Transcorreu na última quarta-feira o Dia Mundial do Livro. A comemoração foi criada pela Unesco, como forma de incentivar a democratização do conhecimento e a emancipação do indivíduo – dois campos em que a importância da leitura é decisiva.
No Brasil a data não passa em branco. Vários eventos acontecem em datas próximas. Em Porto Alegre, por exemplo, no mês de maio tem lugar o FESTIPOA, um conjunto de debates, oficinas, palestras, lançamentos. Já em São Paulo, por estes dias, se desenvolve a Bienal Internacional do Livro – no seu gênero, a terceira maior do mundo.
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Por coincidência, próximo ao Dia Mundial do Livro, ocorreu a morte do escritor colombiano Gabriel García Marquez. Gabo, como era chamado, estava doente há anos. Fazia uma década que publicara seu último livro importante, mesmo assim, o passamento virou notícia nos quatro cantos do planeta.
Não é para menos. Poucas pessoas alfabetizadas nunca tinham ouvido falar do autor, nem que fosse por causa do título do mais célebre dos seus livros, o impressionante “Cem anos de solidão”. Ou, então, por causa dos filmes baseados nas obras, em especial: “O amor nos tempos do cólera” e “Crônica de uma morte anunciada”. Calcula-se que Gabriel Garcia Marquez tenha vendido 50 milhões de livros durante sua vida. Só no Brasil, seriam um milhão e meio.
Gabriel Garcia Marquez foi um escritor genial. Sabia cativar o leitor. Misturava realidade e fantasia de forma tal que ninguém duvidava do que estava lendo, simplesmente embarcava e esquecia da vida.
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Quando teve conhecimento da morte, o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, falou em “mil anos de solidão e tristeza pela morte do maior colombiano de todos os tempos”.
Essa definição é impactante. Numa época que dá tanto destaque para riqueza e poder, surpreende ouvir que justamente um escritor seria “o maior colombiano de todos os tempos”.
Tanto mais surpreende a frase do presidente, porque muita gente já decretou a inutilidade da literatura. Numerosos são os que acham que ler é uma absoluta perda de tempo e acreditam que só a comunicação telegráfica, além dos efeitos sonoros tem lugar no mundo moderno.
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A comoção na morte de Gabriel Garcia Marquez parece apontar para outra direção. Conforme a Unesco, a leitura de livros tem um papel decisivo na democratização do conhecimento e na emancipação do indivíduo. Conforme os milhões de fãs do ilustre escritor colombiano, a leitura enriquece a vida.