Fala-se muito em qualidade de vida. Existe até uma fórmula para avaliar qualidade de vida. É o chamado Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), uma medida comparativa usada para classificar países, regiões ou cidades. O resultado se obtém a partir de três principais tipos de dados: a expectativa de vida ao nascer; o acesso à educação; a renda per capita – esta, como indicador do padrão de vida, da capacidade de compra, do acesso a conforto.
Todos os anos os países membros da ONU são avaliados em termos de IDH. No ano de 2013 foram coletados dados de 187 países. A Noruega figurava no topo da lista; a Austrália vinha em segundo lugar; os Estados Unidos apareciam em terceiro. O Brasil estava na octogésima quinta posição. Para efeitos de comparação, aqui na América Latina, as melhores colocações ficaram com o Chile e com a Argentina, respectivamente, o quadragésimo e o quadragésimo quinto lugar.
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Bom, uma coisa é a medição oficial, outra coisa é a percepção dos indivíduos, ou seja, o que é reconhecido como qualidade de vida pelas pessoas em particular.
Então vem para nós a pergunta: conseguimos sentir que vivemos com qualidade? Se temos boa saúde e acesso à educação, já completamos dois terços da meta. Mas e a capacidade de compra? Quantas coisas é preciso comprar para a pessoa se sentir satisfeita?
Alguém pode julgar importante ter em casa persianas que abrem por controle remoto ou um pacote de lenços umidecidos para limpar os seus óculos. O consumo incessante é incentivado nos tempos de hoje. Incentivado a ponto de fazer confundir o que é necessário com aquilo que pode só parecer.
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Por exemplo, agora, na Páscoa, o que parece ser necessário para celebrar a contento?
Se fosse pensar no passado, a resposta seria bem singela. Necessário era participar de celebrações religiosas e preparar ninhos para as crianças. Ninhos com ovos pintados em casa e alguns doces comprados. No mais, o prazer consistia em brincar de esconder e encontrar esses tesouros – um alegre alvoroço que integrava a família.
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Diz o ditado: “Para onde o homem quer ir, para lá o conduzem”.
Votos de que você saiba para onde quer ir. E Feliz Páscoa!