Nasreddin é o nome de um dos personagens mais amados de todos os tempos. Segundo consta, ele viveu na Turquia entre os anos de 1208 e 1284. As histórias de Nasreddin estão publicadas em diferentes países. Quase todo o mundo já ouviu alguma delas. Abaixo, mais histórias:
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Nasreddin abriu uma tinturaria. Ali recebia peças de roupa para reformar e para tingir.
Um dia chegou um cliente com um lote de toalhas brancas. Queria saber se era possível tingi-las.
– Sim, sim, mas de que cor você gostaria que ficassem – perguntou Nasreddin.
– Ah – respondeu o cliente. Qualquer cor serve. Você pode fazer como quiser. Só não quero verde, nem vermelho, nem azul, nem amarelo, nem preto, nem marrom, nem rosa, nem laranja, nem roxo. Quando é que você pode entregar o serviço?
– Faço imediatamente – respondeu Nasreddin. Pode retirar quando quiser. Só não passe aqui na segunda, nem na terça, nem na quarta, nem na quinta, nem na sexta. Ah! E no sábado e no domingo não abrimos.
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Nasreddin foi convidado para um banquete cerimonioso e compareceu vestindo a roupa do dia a dia. Assim que chegou percebeu que ninguém lhe dava atenção. Os garçons não lhe ofereciam nada para comer e na hora de sentar à mesa nem lhe arranjaram lugar.
Vendo isso, voltou para casa, vestiu a melhor roupa, usou suas joias e os sapatos de pelica. Ao chegar, o anfitrião veio pessoalmente recebê-lo, conduziu-o à mesa e lhe ofereceu um prato com iguarias.
Diante disso, Nasreddin tirou o casaco e colocou-o na frente do prato, dizendo:
– Coma, casaco, coma.
– O que você está fazendo? – exclamou o anfitrião.
– É para a roupa que este lugar estava reservado. É para a roupa que este prato foi servido. Só estou encorajando a roupa a comer.
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Nasreddin foi ao mercado e comprou um saco de batatas. Colocou o saco no ombro, montou no seu burro e se dirigiu para casa. No caminho encontrou um amigo, que olhou a cena admirado:
– Não fica muito difícil conduzir o burro com uma mão e com a outra segurar o saco? Por que você não coloca as batatas na garupa do burro? – perguntou.
– Ora, o burro já tem o trabalho de me levar, não quero sobrecarregá-lo ainda mais. Deixe o saco de batatas ficar no meu ombro mesmo.
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Quando chegou a hora de fazer seu testamento, Nasreddin simplesmente escreveu:
– Eu não tenho nada. Que isto seja dividido em partes iguais entre cada membro da minha família. O restante pode ser dado aos pobres.