Aqui estamos outra vez no Natal. Não dá para conter um suspiro. Onde foram parar os meses do ano? (Melhor nem pensar que o tempo engole as pessoas com a mesma eficiência que suga as semanas, os meses e os dias…). Melhor esquecer que a vida é tão breve e botar mãos à obra para ajudar a fazer o Natal. O Natal não existe por si. É preciso criar um espaço e abrir um silêncio para que o milagre possa ocorrer. Cada ano de novo.
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Na noite em que o Menino nasceu em Belém, os anjos vieram ver e adorar. Cantaram as glórias de Deus e falaram aos pastores também. “Paz na terra aos homens de boa vontade” – disseram.
A frase ecoa pelos séculos. Ela é inquietante como o mistério. Quem seriam os homens que os anjos cantaram nos céus? Quem eles eram lá no começo? E quem são, como são esses homens nos dias de hoje?
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Eu não sei responder, mas ando atrás de umas pistas. A empreitada é difícil. A nossa visão facilmente se ofusca face os brilhos e os ouros. É complicado reconhecer quem é quem. Mas, provavelmente, os homens que os anjos cantaram nos céus são mais ou menos assim:
Sinceramente acreditam no bem;
Não enganam pessoas;
Tem paciência com a própria fraqueza também com a dos outros;
Abrem a porta de casa, para escutar e acolher;
Não se fazem de isto ou aquilo. Estão contentes de ser assim como são;
Botam a mão pra ajudar em tudo o que podem;
Aceitam a quantia de tristeza que a vida lhes traz;
São um sinal de alegria no lugar onde estão;
Sabem que a perfeição é uma busca sem fim e teimam na busca;
Abraçam com força as pessoas. (Todas, não só as que usam vestido bonito);
Venha o que venha, mantem acesa a esperança.
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Votos de um belo Natal aos homens de boa vontade! (e aos que – como eu – se esforçam pra ser.)