Renascidos em 1896, os jogos Olímpicos da Era Moderna objetivaram contar em prosa, verso e também, na prática, a Batalha de Maratona, um misto de História e Estória (lenda).
Travado entre os soldados atenienses e o exército persa, este combate seria decisivo para a vida grega, já que existia um juramento (???) persa que ameaçava: “derrotaremos os atenienses (gregos), destruiremos Atenas, violaremos (desrespeitaremos, estupraremos) suas mulheres e sacrificaremos seus filhos”.
Neste ponto começa a “lenda”, pois sempre existiu uma versão segundo a qual o corredor grego Feidípedes deveria ir até Atenas, Antes da Batalha, e de lá trazer reforços necessários para a vitória ateniense.
A diferença entre a Verdade e a Lenda certamente surgiu nos anos que antecederam 1896, quando os gregos decidiram-se por recriar os jogos Olímpicos da Primavera e neles localizar todos os acontecimentos que pudessem enaltecer a História Grega.
Na verdade, o local da Batalha – Maratona – era (e é) uma aldeia da Ática, península grega onde, na época, cultivavam-se vinhas (parreiras) e oliveiras.
Os gregos haviam combinado com suas mulheres que, se dentro de 24 horas não chegassem informações sobre a vitória, matassem seus filhos e, em seguida, se suicidassem, daí, a importância de Feidípedes, o corredor, ao exercer a hoje chamada a missão de “Arauto”.
Com a vitória dos gregos, Feidípedes foi enviado à Atenas (ainda hoje capital grega) em missão na qual correu toda a distância que separava a cidade e Maratona (o local do combate 42km e 195m.
Toda essa Epopeia (narração épica de aventuras heroicas) ficou um bom tempo remexendo em meu cérebro e atiçando minha curiosidade e, depois, minha iniciativa. Terá sido isso o que atrapalhou a jornada dos políticos?
Como assim? me perguntei.
Hora, os Arautos de então, guiavam-se pela ordem dos reis e soberanos, em nome dos quais levavam detalhes das novidades aos súditos mais distantes, a quem deveriam exigir obediência, em nome do Rei ou Soberano.
De há muitos séculos -até pouco tempo atrás – tinha-se que Arauto era um antigo Oficial do Governo, encarregado de declarar guerras ou de fazer proclamações; enviado de um príncipe com a missão de fazer ouvir suas ordens.
Bem mais recentemente (este termo, em matéria de história significa mais ou menos um século) a palavra Arauto também significa Mensageiro, Porta-voz.
Aí é que veio minha vontade de escrever esta crônica, com a qual demonstro minhas dúvidas e abro uma porta para que os leitores dela façam uso ao longo de suas “passeatas cerebrais”.
De tanto se transformarem em personagens diretas de contatos reis – súditos, com o tempo os Arautos teriam se transformado em políticos lá em priscas Eras (tempos idos)?
À medida em que os séculos correram, teriam alterado primeiro a forma de seu trabalho e, digamos, a partir de séculos depois de Cristo, quem sabe tivessem eles alterado sua missão de “portador das notícias” para “portador e protagonista das notícias”?
Ao longo do tempo, essa modificação de perfis-de-trabalho tornaria mais vantajosos os seus ganhos?
Feidípedes morreu ao correr 42km e 192m para levar a notícia da vitória dos gregos e poupar milhares de vítimas.
Ao longo do tempo, os Arautos, hoje políticos, teriam alterado o exercício de sua missão, especialmente depois de 1889, para facilitar um pouco uma tarefa que sempre foi extenuante?
Pensem. Meu endereço está ali, bem ao lado de meu nome.