Arroio do Meio – Não é a primeira vez que os moradores da rua Castelo Branco reclamam do intenso tráfego de veículos pesados no local. Segundo eles, os caminhões que transportam argila de uma área de extração para uma olaria as margens da rua Marechal Floriano Peixoto circulam com excesso de peso danificando o calçamento e derramando material, o que se transforma em poeira, deixando móveis, aberturas e residências sujas e empoeiradas.
A situação piora em dias de chuva quando o excesso de argila acumulado nas rodas e pneus cai sobre o calçamento deixando a rua com muito barro que, dias depois vira poeira. Para amenizar a situação, alguns moradores lavam a rua com lava jato, uma medida paliativa, já que o material transportado pelos caminhões cai das caçambas a todo o momento. “Já mandei pintar as janelas em virtude da sujeira que entra na madeira. Já perdi a conta de quantas vezes mandei lavar as janelas esse ano. Não fica nada limpo”, reclama o aposentado Elizeu Jacobs.
Ele lembra que o problema é antigo. No início do ano passado ele procurou a redação do AT para denunciar a situação e chegou a ir até a Promotoria do município para expor o problema que foi resolvido por determinado tempo, mas voltou a ocorrer meses depois com o reinício do transporte da argila. O aposentado prometeu ir novamente à Promotoria caso a situação persista e disse que trancará a rua para impedir a passagem dos caminhões se nenhuma providência for tomada.
Indignado, Paulo Bonni, também morador da rua, revela que além da poeira que se acumula dentro e fora das casas existe outro problema. Em alguns pontos da rua o tráfego de veículos é prejudicado devido aos buracos formados pelo excesso de peso dos caminhões. Salienta ainda, que foi até a prefeitura para cobrar uma atitude das autoridades, mas até agora nenhuma atitude foi tomada. “Outro dia uma moça caiu em um buraco com o veículo que dirigia. Só ouvi o estouro. Eu também quase caí de motocicleta esses dias em virtude do desnível do terreno”, afirma.
O proprietário da olaria, Wanderlei Theves, informou que pediu ao dono da transportadora, que é terceirizada, para suspender o transporte em dias de chuva, período mais crítico, já que nesses dias o barro que cai dos veículos deixa a rua embarrada gerando pó depois de seco.
Wanderlei cita uma alternativa para desviar o tráfego de veículos pesados da rua Castelo Branco o que beneficiaria os moradores e reduziria os custos de transporte para ele, pois o trajeto seria bem mais curto. Para isso, é necessária a construção de uma pequena ponte sobre um córrego que existe próximo da área de carregamento, contudo, essa alternativa esbarra na lei ambiental. “Essa possibilidade beneficiaria a todos. O gasto para a construção dessa ponte é pequeno. Bastariam apenas algumas toras e estaria pronta para uso. Existe até uma estrada no local. Porém os órgãos ambientais impossibilitam a construção dessa passagem”, lamenta Theves.