Ao norte da Europa se localiza a Finlândia. É um país muito pequeno: o território equivale a menos de 5% do Brasil. A população, por sua vez, mal alcança a metade da população do estado do Rio Grande do Sul.
Olhando para estes dados se pode pensar que a Finlândia é um país insignificante. Só que não.
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Por volta de 1971 começou uma revolução na Finlândia.
O país chegou à conclusão de que não tinha futuro diante da escassez de recursos naturais. Como está muito perto do polo norte, o frio é intenso e dificulta a atividade agrícola e pastoril. O único produto forte era a madeira. Parecia mesmo necessário criar outras alternativas.
Foi aí que começou uma reviravolta. A reviravolta foi feita a partir da escola, ou seja, da educação dada às crianças. Metas foram estabelecidas, juntamente com a indicação das medidas práticas. O objetivo: preparar gente para atuar no mundo da tecnologia.
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Hoje em dia a Finlândia é famosa pelos resultados que os alunos alcançam em testes internacionais. Sempre ficam com os primeiros lugares. (Esses mesmos testes que costumam deixar os brasileiros vermelhos de vergonha…) O mundo inteiro olha a Finlândia com admiração.
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Alguns procedimentos incorporados às escolas na Finlândia:
* Formação sólida dos professores. Só os melhores conseguem ser professores.
* Não existe reprovação. Quase não se fazem testes ou provas. A justificativa é que o sistema quer ensinar as crianças a aprender e não a passar em exames. Além do mais, dizem eles, o professor conhece os alunos e sabe quando eles estão avançando normalmente e quando eles precisam de uma ajuda extra para vencer as dificuldades. Cerca de 30% das crianças recebem algum tipo de ajuda extra.
* Há vários intervalos entre os períodos de aula. A justificativa é que as crianças precisam brincar. Brincar é uma condição para conseguir aprender – dizem. (Observação: neste caso, tempo de brincar significa tempo para inventar brincadeiras e não tempo para apertar botões de brinquedos prontos).
* Valoriza-se o trabalho manual. Há muitas aulas práticas de culinária, carpintaria, música, etc., pois se acredita que a melhor maneira de aprender é fazendo. Além disso, as aulas práticas oferecem os temas para desenvolver conteúdos de matemática, de linguagem, de ciências, etc. Mais ainda, o procedimento visa desfazer a impressão de que o trabalho intelectual tem mais valor do que os ofícios manuais.
* Se uma criança custa a aprender, conclui-se que o problema é o método, não, a criança e outros métodos são experimentados. Tudo, menos desistir de alguém.
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A Finlândia gasta 30% menos por aluno do que os Estados Unidos gastam e tem resultados muito superiores.
Ou seja: valeria a pena nós também conhecermos um pouco melhor a experiência finlandesa.