Faleceu na terça-feira, em Porto Alegre, no Instituto do Coração, Júlio Gasparotto Sobrinho, aos 79 anos, por problemas cardíacos, depois de estar hospitalizado por uma semana. Casado com Augustina Gasparottto com quem teve os filhos Ivete, Marlete, Raul, Vera, Mauro, Saionara e Juliana, Júlio era empresário do ramo imobiliário e construção civil com várias obras no município e Estado. Ao longo da vida destacou-se principalmente na vida pública como dirigente partidário, três mandatos a vereador e envolvimento direto em pleitos eleitorais, concorrendo como prefeito. Júlio exerceu seu primeiro mandato de vereador de 1977 a 1982, pelo MDB, durante a Administração do seu irmão prefeito, João Baptista Gasparotto, quando também foi presidente da Câmara. Exerceu outro mandato de 1983 a 1988, durante mandato do então prefeito Arnesto Dalpian, já falecido e outro entre 2001 e 2004, quando foi prefeito Danilo Bruxel. No início da carreira esteve no MDB, num período que as forças políticas polarizavam com a Arena e depois PDS (atual PP) sigla que integrava nos últimos anos como membro da Executiva. Antes de ingressar no PP também teve passagem pelo PTB, partido pelo qual concorreu a prefeito. O presidente do PP e vereador Elton Lorscheiter disse que as posições do Júlio eram respeitadas pelo conhecimento político e econômico da realidade, dizendo tratar-se de uma perda muito grande para o partido e política do município. O advogado Arno Roque Neumann, com quem protagonizou calorosos debates principalmente na segunda metade da década de 1970 e durante os anos 1980, disse que apesar dos confrontos na tribuna da Câmara, se respeitavam porque cada um exercia seu papel, referindo-se ao fato de Gasparotto ser governista e ele da oposição. “Nos falamos recentemente e ele me confidenciou que por conta dos pronunciamentos fiscalizadores, se evitou desvio de recursos ou mau uso do dinheiro público”. O biólogo Ari Strapazzon, que foi colega de bancada entre 1983 a 1988, disse que Júlio era um homem convicto dos seus princípios, não abria mão deles. Era companheiro e batalhador. Defendia o desenvolvimento da comunidade. As reuniões eram à tarde e os debates em torno de temas importantes qualificavam as sessões. O prefeito de Encantado, Adroaldo Conzatti, amigo pessoal e de fé desde a década de 1970, disse que trabalharam juntos em vários projetos. Fundaram a Pérola Negócios Imobiliários, fizeram um projeto no Mato Grosso e quando foi candidato em 1978, Júlio o acompanhou em todas as comunidades. Aprendi muito com ele, principalmente na convivência, nos negócios. Era honesto e um homem muito convicto nas posições. Não media esforços para resolver os problemas e ficamos amigos de toda a família. Era um homem sempre à frente do tempo, não olhava para trás, não guardava mágoas e rancores de ninguém. O ex-prefeito Danilo Bruxel disse que Gasparotto era muito respeitado pelos funcionários públicos, tinham até medo dele. “Ele foi da situação, mas para ele não importava ser da situação ou oposição, exercia um papel de fiscalizador”.
Na vida em família e no trabalho era exigente, mas considerado um “paizão”. Gostava de viver bem, com boa gastronomia. “Era amigo dos amigos”, disse sua irmã Lurdes Rizzi .
O velório de Júlio Gasparotto Sobrinho foi acompanhado por grande número de amigos, políticos e familiares na Capela de Bela Vista e o corpo cremado em São Leopoldo.