Sempre que posso, tiro férias de um jeito que me agrada muito. Em vez de buscar as praias ou lugares junto à natureza, vou para grandes cidades. Pode ser que faça isto por ter nascido em Pouso Novo e por ter passado quase toda a vida em cidades pequenas – onde, aliás, gosto muito de morar. O fato é que as metrópoles me atraem.
É o caso de Houston, onde estou agora ao escrever esta coluna. Houston é a quarta maior cidade dos Estados Unidos e a maior do estado do Texas. Trata-se de um centro cosmopolita. Ou seja, para ela convergem pessoas do mundo inteiro, principalmente em função dos negócios na área do petróleo e pelo importante centro médico que abriga. Ouvem-se muitas línguas aqui.
Como não tenho negócios em petróleo e, graças a Deus, não preciso de tratamento médico, meu objetivo é bem simples: participar do cotidiano da cidade. Isto significa, caminhar na rua, ler os jornais locais, ir ao cinema, fazer refeições e compras como se morasse na cidade. E, talvez o melhor de tudo, por serem férias, dormir e acordar na hora que der na telha, sabendo que é só sair da cama para encontrar todas essas coisas ao alcance da mão.
(Você tem todo o direito de achar isso muito sem graça, claro.)
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Na região do grande shopping Galleria se podem ver pessoas de todas as cores. Particularmente, chamam atenção as mulheres dos países produtores de petróleo, no oriente médio. Ricas como são, elas se dedicam às compras com afinco. Não se importam de carregar sacolas de todos os tamanhos. Muitas vestem trajes orientais e isto faz um contraste interessante com as marcas que elas preferem. Sempre as mais caras. Aquelas que a gente quase nem arrisca olhar na vitrine. Uma bolsa é capaz de custar o preço de um carrinho usado.
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Houston é famosa também pela gastronomia. Aqui existem restaurantes de todas as nacionalidades – ao que parece – e brasileiros, também. O “Fogo de chão” e a “Chama gaúcha” ficam bem perto de onde estou hospedada e são restaurantes caros. Em geral, porém os estabelecimentos dos imigrantes são modestos e ficam fora das ruas movimentadas. São muito baratos e a comida é excelente, ao menos para quem não gosta de fast food. Os proprietários – gregos, peruanos, vietnamitas, marroquinos, indianos, etc. – devem estar ganhando dinheiro como jamais sonharam, pois, suas casas têm sempre movimento.
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O jornal que leio traz uma reportagem inquietante. Diz que ficar muito tempo sentado tem impacto negativo na memória. Segundo estudos conduzidos pela Universidade da Califórnia, o volume de oxigênio resultante do exercício físico beneficia o cérebro, além dos músculos.
Ou seja, a ordem é movimentar-se. Caminhar, enquanto se fala ao telefone, dançar ao ouvir música, ajustar o alarme no escritório para lembrar de dar uns passos a cada hora. Em resumo, tirar o “derrièrre” da cadeira.
Pois, então, é isto mesmo que vou fazer agora.