Na segunda-feira transcorreu o dia internacional do livro infantil. A data, 2 de abril, foi escolhida como forma de homenagear o dinamarquês Hans Christian Andersen (1805 -1875), que nasceu nesse dia.
Andersen foi um dos primeiros escritores a organizar material de leitura para a infância. Sua contribuição principal foi esta: recolher histórias existentes e dar-lhes forma capaz de ser apreciada pelos pequenos. O sucesso da empreitada foi espetacular. Em quase todo o mundo, histórias como o patinho feio; o soldadinho de chumbo; a roupa nova do rei; a princesa e a ervilha são conhecidas e amadas.
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No Brasil, muita gente boa tem se dedicado a escrever literatura infantil. Ou seja, a escrever livros para a infância, nos quais o objetivo principal é ajudar a compreender a vida, ao mesmo tempo em que encantam e instigam a imaginação.
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Um jeito de medir a qualidade de um livro de literatura infantil é verificar se ele é lido com agrado também pelos adultos.
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“Lolo Barnabé” é um bom livro infantil e está ao alcance da mão: dá para ouvir no You Tube, dá para baixar da internet e dá para comprar em livrarias por cerca de R$ 40,00. Ele foi lançado no ano 2000. Eva Furnari é autora do texto e das ilustrações.
A história se passa no tempo das cavernas. Começa com o casamento de Lolo Barnabé e Brisa – eles se casam por amor, o texto faz questão de frisar. Logo depois, têm um filho, o Finfo. Todas as noites, sentam junto a uma fogueira, assam carne e Finfo se aninha no colo da mãe para ouvir as histórias que contam. Depois agradecem tudo o que a natureza lhes concede e vão dormir felizes.
Mas, a caverna não tem porta e isto acaba incomodando a família, pois bichos podem entrar. Então, Lolo Barnabé que é muito habilidoso vai para a sua oficina e dá jeito de construir um sobradinho para eles, com porta, janela e fechadura. Depois fabrica roupas, depois, móveis, eletrodomésticos, etc. Aos poucos, com tanta invenção, parece que estamos em uma casa de hoje em dia. Nesta altura ambos os pais estão trabalhando na oficina das invenções. Passam o dia lá, chegam em casa cansados e desmaiam na frente da TV.
Uma noite falta energia e Lolo Barnabé quer ir para a oficina inventar um gerador de energia. Finfo pede que não faça isso. Brisa também pede. Lolo acaba concordando. Naquela noite, então, eles acendem uma fogueira e Finfo se aninha no colo da mãe para ouvir as histórias que contam. Aí se lembram de um costume bom e antigo: agradecem à natureza por tudo o que dela recebem.
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A história de Lolo Barnabé não foi escrita para mostrar as maravilhas de antigamene X as desgraças da vida moderna. Pelo contrário, mostra como as invenções vão melhorando a vida até o ponto em que podem piorar – quando a família não tem mais tempo nem disposição para conversar e se alegrar simplesmente por estar reunida.