Participei de uma historinha inesperada na semana que passou.
Foi assim:
Aconteceu de eu ir em busca de um serviço de saúde. Coisa para ser resolvida num zás-trás. O caso é que a sala de atendimento estava com a porta fechada e havia alguém fora esperando. Chegara antes de mim. Bom, entrei na fila. Dali a pouco, fui convidada a passar na frente. Pensei que a preferência fosse uma homenagem aos meus cabelos brancos. Enfim, alguma compensação também se pode ter – murmurei com meus botões.
A porta custava a abrir. A pessoa que esperava antes de mim era conhecida ali. Bateu, chamou o atendente pelo nome e orientou que eu fosse entrando. Dei um passo à frente. Nada. De fora, o rapaz continuava a ser chamado e nem sinal. Nenhum ruído. Ué! Então eu fui entrando. Nem sombra do atendente. Sala completamente silenciosa. Me passou pela cabeça que podia dar uma passada no supermercado e voltar mais tarde. Era nisso que pensava quando, de repente… Assim, de supetão, o atendente apareceu de um salto. Deu um salto inesperado, exatamente para surpreender o cliente que ele já vira na fila antes e cuja voz reconhecia. Ou seja, um armou para o outro a brincadeira. O de dentro se escondera atrás da porta, para surpreender o que estava fora. Este, por sua vez, aproveitou a minha chegada, para enganar o lá de dentro.
Resultado: um sustão pra mim e para o atendente. Olhamos um para o outro sem compreender nada no primeiro instante. Ele, surgindo assim de soco, me pegou totalmente distraída naquela de fazer planos para voltar depois. Do outro lado, não era eu quem devia estar entrando, por isso, sem querer, preguei também um susto. O rapaz arregalou os olhos tanto quanto eu. Quando nos demos conta da brincadeira, caímos todos na risada. E estamos rindo até agora.
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O episódio me fez lembrar de uma seção da revista Seleções, que a gente assinava lá em casa, no meu tempo de guria. A seção – “Rir é o melhor remédio”- continha uma série de piadas. Não me lembro de achar graça das piadas, mas guardei o título. E ele retorna agora, porque serve aqui como uma luva.
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Se você consultar a internet vai encontrar dúzias de pesquisas que demonstram os benefícios da risada. Pesquisas feitas a sério, diga-se de passagem. Demonstram que faz bem pra pele, baixa a pressão sanguínea, melhora a circulação, tem efeito analgésico, desentope nariz e ouvidos, combate a insônia, reforça o sistema imunológico e etc. Tantos benefícios e sem custar nada!
A gente deveria era passar o dia inteiro rindo.
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A minha conclusão da história:
Tiro o chapéu para as pessoas que guardam o ânimo de brincar, mesmo adultas e cheias de obrigações, como era o caso. Pessoas que sabem enfeitar a vida com uma farra inocente assim. Inocente, mas capaz de iluminar o dia e render saúde, ainda por cima.