A Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul – Acsurs realizou no dia 8 de março, a Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária, na sede da entidade, em Estrela e, entre as atividades, houve a eleição da diretoria para a Gestão 2019/2022. Apenas uma chapa concorreu à eleição. Esta, eleita por aclamação. Permanece na presidência o agropecuarista Valdecir Luis Folador, que lidera a entidade desde 2005.
Ao ser reconduzido ao cargo por mais três anos, Folador destaca que se sente com responsabilidade e comprometimento cada vez maior para com os produtores e para com a Acsurs, que os representa. Diz que o trabalho que ele e a diretoria estão desenvolvendo à frente da entidade nestes anos tem dado resultado e que a reeleição é fruto da confiança que os produtores têm nele, enquanto presidente, e na Associação. “Penso que cada vez mais a minha responsabilidade como dirigente é buscar pontos importantes para o desenvolvimento da suinocultura e do suinocultor e buscar a viabilidade do negócio suinocultura”, pontua.
Neste sentido, elenca como um avanço a aprovação e sanção, em 2016, da lei da integração, que regulamenta e traz segurança jurídica na relação do produtor de suínos integrado e sua integradora. “É um marco importante dessa relação integrado/integradora, já que a lei preconiza que se crie as Cadecs, que são Comissões de Acompanhamento, Desenvolvimento e Conciliação da Integração, buscando a viabilidade e a sustentação dentro do sistema de integração”.
Entre os aspectos discutidos pelas Cadecs estão os relacionados à produção e à produtividade, à necessidade de melhorias e ampliações nas granjas dos produtores, além de serem espaços de troca entre o integrado e a integradora para debater a viabilidade econômica do suinocultor. Segundo Folador, a entidade tem liderado esse processo no RS, junto com as empresas integradoras e produtores. “É papel da entidade trabalhar junto com os produtores e as empresas sempre olhando o bem comum da cadeia produtiva, principalmente no que se refere à viabilidade econômica do produtor”.
Para o presidente, a profissionalização destas câmaras técnicas, para que se qualifique a discussão e realmente se agregue ganhos aos produtores, é um dos pontos que exige e vai exigir atenção maior nos próximos anos. Da mesma forma, salienta como um desafio constante o aspecto político e econômico que a entidade representa dentro dos setores públicos e privados. “Quando falamos setores públicos falamos em sanidade, que é um ponto importante que precisamos preservar, discutir e trabalhar junto ao Governo Estadual e Federal. São aquelas políticas públicas necessárias, que competem ao poder público, na defesa sanitária dos nossos rebanhos, divisas das fronteiras com países que o RS faz divisa, para controle do trânsito de animais, a fim de que uma doença não infecte nossos rebanhos e cause prejuízos enormes para a cadeia. É um dos pontos que a entidade também tem se envolvido e está presente em todas essas discussões cobrando a responsabilidade dos órgãos públicos”, afirma, salientando que o setor privado, além de fazer sua parte, vem fazendo muitas ações que são de competência do setor público, que muitas vezes não as faz por falta de recursos ou de estrutura. “O setor privado participa, inclusive, financeiramente de muitas ações que seriam de governo. Isto para manter o status, para manter a atual produção e mercados em âmbito mundial e para manter a suinocultura com rentabilidade como um todo”, observa.
Ainda no tocante à confiança dos suinocultores, Valdecir destaca que também há responsabilidade, visto que é preciso trabalhar para que a entidade cumpra com seu papel, de acordo com o que almejam os produtores, e que as necessidades são cada vez maiores. Reforça ainda que a entidade só é forte e consegue ter a representação necessária e o reconhecimento pelo bom trabalho, justamente pelo respaldo que recebe do produtor. “A entidade é do produtor. Da porteira para fora é ela que fala em defesa dos interesses do produtor. Então é nesse sentido que procuro levar aos produtores da importância deles junto à entidade, de estarem presentes, participarem das reuniões e convocações para que possamos ouvir seus anseios e suas angústias, seus desejos e, para o que é necessário, buscar solução”.
Do ponto de vista geral, Folador afirma que a Acsurs vem cumprindo seu papel ao longo dos seus mais de 40 anos e pontua que cada vez mais a entidade representativa se faz necessária. “Ela precisa ser forte, ter apoio do produtor porque só assim ela vai conseguir defender os interesses do suinocultor da porteira para fora. A entidade de classe, no caso a Acusrs, é a voz do produtor”.
Para a gestão que se estende até 2021, o presidente pretende dar continuidade ao trabalho que já vem sendo feito, buscando solucionar ou minimizar os impactos dos problemas que o setor tem ou venha a ter. “Nossa responsabilidade é grande e não podemos desapontar o nosso suinocultor e a confiança que ele tem na entidade e em mim como presidente. O produtor pode contar sempre com sua entidade representativa, a Acsurs e sua diretoria, que ela está aí para bem representar e trabalhar pelos interesses do suinocultor e da suinocultura como um todo”.
Cenário de mercado
Experiente no setor, Folador ressalta que o mercado da suinocultura sempre foi de altos e baixos. Depois de um 2018 complicado, com custo de produção alto e remuneração insuficiente para cobrir os custos ao produtor, acredita num cenário positivo para 2019. A reação já pode ser percebida no preço, que vem melhorando e nas exportações, com melhora no volume e no valor para pela carne suína brasileira exportada. “Vejo que em 2019 vamos continuar com custos de produção nos mesmos patamares de 2018, mas com o mercado mais favorável para suinocultura, tanto para a exportação, com maiores volumes e melhores preços médios na exportação, como no mercado interno, com a economia voltando a reagir, dando melhores condições de consumo”. Projeta que, se não houver nenhum acidente de percurso que feche as portas do mercado externo, não haverá maiores problemas e 2019 será um ano de recuperação do produtor.
Ele também destaca a potencialidade da cadeia produtiva de suínos, que tem produzido com qualidade, obtendo excelentes índices de produção e produtividade, oferecendo cada vez mais ao consumidor um produto de qualidade. “O potencial que a suinocultura tem de ser eficiente e boa na produção é inquestionável, porque ela está sempre buscando inovar e aperfeiçoar seus processos de produção, seja na questão de manejo, bem-estar animal ou de sanidade. O futuro da suinocultura passa muito pela sustentabilidade econômica e financeira do produtor, para que ele tenha condições de se viabilizar economicamente. E isso passa pela união dos produtores e valorização das entidades representativas porque elas vão ser cada vez mais fundamentais neste trabalho para buscar o equilíbrio econômico da atividade”.