O banner na frente da casa nº 736, da rua Bela Vista, no bairro de mesmo nome, em Arroio do Meio diz: Biblioteca Comunitária – A Caminho do Futuro. O espaço é a concretização de um sonho, que começou há pouco mais de um ano, partindo de uma menina que ama livros.
Tudo começou com Letícia Müller dos Santos, de 12 anos, que reuniu seus livros e pensou que, assim como eles lhe proporcionaram o encanto de conhecer diversos personagens, aventuras e narrativas, também poderiam servir para outras pessoas. Empolgada, a estudante da Escola Bela Vista, dividiu sua ideia com a mãe, Sabrina Müller e com o pai, Evandro dos Santos. A família abraçou a ideia de montar uma biblioteca comunitária, que hoje conta com um acervo de 900 livros, entre didáticos, enciclopédias, literatura nacional e estrangeira, biografias e histórias em quadrinho.
A biblioteca fica logo na entrada da casa, no primeiro cômodo. As prateleiras, uma estante e os nichos, que acomodam as obras, foram feitos pelo pai de Letícia, com reaproveitamento de pallets. Evandro é pedreiro, mas mostra ter um dom natural para a madeira. A mãe, Sabrina, é doméstica e ajudou na coleta de livros. “Postamos a ideia no Facebook e arrecadamos muitas doações. Também fomos a vários lugares para comprar livros usados. Cheguei a ir para Lajeado, Colinas, Teutônia e Bom Retiro”, explica. A procura também contemplou saldos de feiras e sebos. A mãe orgulha-se muito do projeto da filha. “Quando se tem filhos, sempre se pensa em conduzi-los por um bom caminho. Já é difícil, nesta idade, os jovens gostarem de ler. Ela ter tido toda a ideia e montado uma biblioteca é bom demais”, declara Sabrina.
Um lugar de destaque
Quando Letícia mudou-se para a nova casa, com seus pais, tinha 29 livros. Em pouco tempo adquiriu mais 30 e, de lá para cá, o número foi crescendo. Na memória da estudante, e também na parede da biblioteca, há um lugar especial para o primeiro título que a despertou para a leitura: a edição número oito, da coleção “O Diário de um Banana”, de Jeff Kinney. O livro foi um presente do avô de Letícia e tem seu nicho próprio, como um símbolo de que é preciso apenas dar o primeiro passo. Hoje, a biblioteca tem toda a coleção, composta por 13 exemplares e a edição extra do filme. “Acho que a leitura é essencial para a vida. Quero conseguir mais e mais obras e evoluir. Aumentar o tamanho da biblioteca para que mais pessoas possam vir e incentivar mais pessoas a ler”, deseja a estudante.
Retirada de livros
Em funcionamento há apenas um mês, a biblioteca comunitária ainda tem poucos leitores cadastrados. Para retirar e ler as obras, é feito um cadastro e há uma taxa de inscrições de R$3. Quem doa um livro para o acervo fica isento desta taxa. Segundo Sabrina, a quantia é revertida para a manutenção do lugar e aquisição de mais exemplares. O leitor tem o direito de ficar duas semanas com o livro retirado, podendo renovar por mais tempo.
Os horários de atendimento da biblioteca comunitária são organizados conforme a rotina da família. A comunidade é recebida geralmente no fim de tarde ou à noite. Nos finais de semana também é possível retirar livros.
Interessados em doar livros para o espaço podem entrar em contato pelo número 51 9955 84967.