Amanhã é o dia da pátria. Dá saudade recordar o alvoroço que vivíamos na infância, em função dos desfiles que os colégios faziam para comemorar a data.
O grupo de guris que tocava tambor começava a ensaiar já no início de agosto. Um pouco depois, vinham os ensaios de marcha para todos os alunos. Isso era maravilhoso. Primeiro por que, como quem não quer nada, íamos admirar os ensaios da banda – ou seus participantes… segundo, por que as aulas entravam em regime de folga. Naquela altura, marchar na rua parecia muito mais vantajoso do que estudar verbos ou enfrentar teoremas…
Estas lembranças também me fazem pensar no miúdo entusiasmo com o significado da Independência. Os festejos eram meio burocráticos: bastante fanfarra e pouco aprofundamento no tema.
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Hoje há muito material para quem quiser conhecer melhor o passado e o presente. Por exemplo, estou lendo uma obra que ajuda a compreender nossas raízes. Tão boa de ler, que é quase como se fosse um romance.
Refiro-me a um livro com título longo: “A biografia íntima de Leopoldina: a imperatriz que conseguiu a independência do Brasil”. O autor é Marsilio Cassotti, um argentino radicado na Europa, autor de vários livros sobre a vida de rainhas.
“A biografia íntima de Leopoldina” conta a história da filha do imperador da Áustria, que veio a se casar com o nosso Dom Pedro. Ela nasceu em Viena no ano de 1797, casou em 1817 e morreu em 1826, antes de completar 30 anos. Não foi fácil a vida desta princesa. Mas, para o que nos interessa aqui, mostra como Leopoldina participou dos acontecimentos que levaram à proclamação da Independência do Brasil.
Leopoldina tinha uma vivência de política e uma formação pessoal muito superior à de seu marido. Por isto mesmo reunia condições para ajudar a projetar o futuro do Brasil. Em 7 de setembro de 1822, D. Pedro estava em viagem a São Paulo, quando lhe chegou carta de Leopoldina. As palavras escritas tocaram o orgulho de D. Pedro. Entre outras coisas, ela dizia:
“Pedro, o Brasil está como um vulcão (…) As cortes portuguesas ordenam vossa partida imediatamente; ameaçam-vos e humilham-vos. O conselho de Estado vos aconselha a ficar. Meu coração de mulher e de esposa prevê desgraças se partirmos agora para Lisboa (…)
“O Brasil será em vossas mãos um grande país. O Brasil vos quer para seu monarca.”
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A vida de Leopoldina não foi muito feliz no Brasil. Ela sofreu com o sol, com o calor, com o atraso do país e com as estripulias do marido. Muitos dizem que morreu de desgosto.
Se você quiser saber mais a respeito, pode encontrar muita coisa na internet e nos livros que ultimamente têm aparecido com análises sobre todas as etapas da história nacional: uma boa maneira de homenagear a pátria amada, salve, salve!