Sem mentira, precisei muitos anos para reconhecer e valorizar o sol. Parece simples, mas inicio a crônica do jeito que pretendo terminá-la: falando da alegria que as coisas simples nos dão. Agora, no inverno então, ele surge majestoso por detrás das nuvens e nos brinda com energia e o calor. É bonito apreciar o sol! Não custa nada, aliás, ter saúde para fazê-lo.
Dias desses, fui andar pela natureza e sentei numa pedra que havia e degustei algumas bergamotas. Sentei, sem pensar em nada. Que coisa bem boa, comer bergamota e olhar para o céu.
Lembrei também que no domingo passado, sem intenção nenhuma, meu olho prendeu-se numa cena de um filme que eu acabei assistindo de forma leve, mas sem piscar o olho de tão bem narrado.
E a chuva… ah… ela tem seu valor. E se for num fim de semana para dar aquela “dormida”. Já cheguei a bocejar, agora!
Conversar com pessoas com mais idade de forma despretensiosa sempre agrega ao nosso saber e nos retroalimenta. Visitar aquela amiga que há tempos não via. Observar sem pressão de dinheiro ou tempo as prateleiras do supermercado, passear para deslumbrar-se com paisagens e cidades. Ler um bom livro. Deitar-se no sofá para não fazer nada.
Muitas vezes elaboramos em nosso imaginário, motivados por elementos externos e pelo próprio consumismo que o que pode nos dar alegrias e prazer são roteiros sofisticados de viagens, spas e afins. Comidas muito caras, compra de roupas com marca e assim por diante, quando na verdade, esquecemo-nos das coisas que estão ao nosso redor, simples e quase sem valor financeiro.
Quando estive doente há um tempo atrás, sei que avistava do lado de fora da janela uma roseira e afixei meu olhar nela por dias e dias. Conversava com a roseira, confessando-lhe que não vai a hora de ficar saudável e sair e plantar mais roseiras. Ela era minha fonte de desabafo, de energia e a cor do meu dia.
E um bom banho; valor imensurável na vida da gente (kkkk). Como é bom chegar em casa depois de um dia de trabalho ou mesmo a qualquer hora do dia para tomar aquele banho. Temos a sensação de estarmos novos.
A Pérola, minha cachorrinha, (essa que já apareceu nas páginas de “O Alto Taquari” ) se enrosca neste momento que estou escrevendo o texto para me fazer lembrar e contar a vocês também como é simples e faz tão bem passear com o cachorro e dar-lhe um carinho.
Nos tempos de pandemia também descobrimos partes da casa da gente que nem notávamos, assim como conversar mais, olhar mais no olho com quem convivemos e assim mais um milhão de coisas simples que aprendemos a fazer. A dor nos ensina também e muito!
Enfim, ainda há tempo de deslumbrar-se, valorizar, deleitar-se com coisas simples e que estão bem ao nosso lado.