A saída da Câmara de Vereadores de Arroio do Meio vai ocorrer, mais cedo ou mais tarde (página 03). Valores de aluguel à parte, um espaço amplo e que atenda as normas de acessibilidade, com estrutura para o funcionamento de um plenário, não há a de se encontrar por aí chutando qualquer balde – olha que até baldes têm poucos para chutar – mas pode ser implantado nas diversas salas comerciais existentes no Centro e nos novos prédios em construção.
Os preços, obviamente, vão gerar polêmica, se compararmos com o aluguel de uma casa num bairro ou de um apartamento na cidade, porém, não imagino nada exorbitante se considerarmos com o que as lojas pagam e a soberania do Poder Legislativo.
Uma parceria com a Acisam seria algo elogiável, considerando o prestígio da entidade e seus representados. Porém, a forma como essa negociação for ‘externada’ pelos políticos e diretoria da entidade pode gerar polêmica. Quanto mais transparência, melhor.
Se a sede própria, num futuro próximo, estiver dentro dessas reestruturações planejadas pelo poder público, perante a sociedade, vai ficar mais simpático. Já pensaram a Câmara ceder espaço e estrutura para o funcionamento Ongs e outras iniciativas que, hoje, estão completamente desassistidas?
Hoje em municípios menores, como Capitão, e vários outros, o Legislativo tem sede. Arroio do Meio também pode. Em 2022 vai contar com mais de R$ 97 milhões no orçamento, que tende a subir com o aumento de arrecadação e diminuição de repasses para grandes empresas. A Casa do Povo merece estar à altura deste trabalho.
VELHA ELITE – Talvez na coluna da edição passada, quando falei de mobilizações de esquerda e de direita, faltou detalhar um pouco o termo “Velha Elite”. É uma turma que está acima da esquerda e direita, ligada as Capitanias Hereditárias e outros grupos ‘tradicionais’ ligados à Grande Players, que exercem muita influência e estão inseridos em praticamente todas as agremiações partidárias, entre outras esferas do poder.
AMBIENTE, VALORES E PESSOAS – Em visita à propriedade de Gilmar Gerhardt, em Linha 32 (página 04), ficou evidente que os custos em licenciamentos ambientais e outorgas são a ponta do iceberg de uma série de medidas e investimentos exigidos para uma propriedade continuar produzindo. E isso atinge praticamente todos os setores, com variações no tipo de adequação. Mas, o que mais me chamou atenção, em meio aos investimentos e projeções, foi o forte desabafo em torno da perda irreparável do filho Leonardo para a leucemia, que ainda não foi superada emocionalmente e nem vai ser.
Se isso já é difícil em família que tem o “ambiente” bem arrumado, projetado e com noção dos fatos, imagina quando certas rupturas ocorrem em famílias desestruturadas, mergulhadas em conflitos, vulnerabilidade e até crimes? Não há como exigir uma sociedade equilibrada e nem há fórmula para ‘salvar’ a todos, pois cada um tem valores e perspectivas diferentes. A mesma coisa é para o cumprimento de normas gerais. É muito mais complexo do que mera etiqueta.
Outra pessoa que vai fazer falta para muitas pessoas, mas deixou uma grande marca, foi Assello Frehlich, que faleceu no decorrer desta semana. Entrevistei ele em diversas oportunidades em diferentes abordagens, seja sobre o Conselho Penitenciário, a paróquia, o comércio, a evolução da cidade, impostos e outros assuntos. Nessas conversas, me emocionaram os detalhes em torno da personalidade e da morte da minha vó materna Anita (irmã dele), que morreu muito jovem deixando oito filhos pequenos e levando um ‘anjinho’ consigo.