Falar do clima é assunto com grande audiência. Prova disso são os papos iniciados com desconhecidos na fila do supermercado, na sala de espera do médico/dentista ou no laboratório antes do exame de sangue.
Há duas semanas, estive em Brasília para visitar meu filho radicado há cerca de dois por lá. Pela primeira vez permaneci por dez dias na capital federal. Na única ida foi apenas um final de semana.
O primeiro choque foi… justamente o clima. Saímos de Porto Alegre às 5h da madrugada com exato 0°C, isso mesmo… zero grau! Ao desembarcar em Brasília, o termômetro marcava 22°C que, à tarde, facilmente chegava aos 26/27°C, com umidade do ar baixíssima, beirando os 15%.
Passamos o primeiro fim de semana em Pirenópolis, em Goiás, a 150 quilômetros de distância, cidade famosa pelas cachoeiras e pousadas. Ficamos em uma casa com piscina e, é claro, churrasqueira. Foi um baita relax em contraponto às loucuras de friozão/calorão do Rio Grande.
No último sábado fomos a Corumbá de Goiás – também em Goiás. É um complexo turístico com toboágua, arvorismo, trilha no meio da mata, tirolesa, rio e, é claro, belíssimas cachoeiras. Lá, o movimento volta ao normal, mas está, ainda, distante da época em que era preciso fazer reservas com um mês de antecedência.
De volta aos pagos, fomos recepcionados
com chuva e umidade, normal para nós
De volta a Brasília, deparamos com parques, praças e áreas verdes tomadas pelos gramados amarelados pela estiagem. As chuvas regulares retornam no final de setembro/outubro. Em pouco tempo, o colorido retorna em mais um espetáculo de regeneração da natureza.
O Dia dos Pais foi comemorado em uma praça com churrasqueira portátil e cooler lotado de cerveja. É um hábito dos moradores de Brasília. Lá, ao contrário daqui, poucos apartamentos têm sacadas – ou varandas – equipadas com este vital “aparelho” para nós, gaúchos.
Foram dez dias usando bermuda, camiseta e Havaianas para espanto do pessoal do supermercado onde comprava pão e leite logo cedo. Com 18°C eles usavam moletons com capuz, dizendo que eu seria acometido de gripe por estar “usando pouca roupa”.
De volta aos pagos, fomos recepcionados pela chuva e umidade. Nada mais “normal” para nós, sobreviventes do clima, teimosos e resilientes, acostumados às oscilações do termômetro. E dos humores de São Pedro.