O fim de semana ficou marcado por manifestações políticas em Brasília e repercussões. Pelas informações de familiares de pessoas da região detidas em Brasília, grande parte, de uma maneira imposta, ficou alojada num ginásio militar e na sequência encaminhados para presídios masculinos e femininos. À medida que foram ouvidos, os manifestantes foram liberados. Os familiares afirmaram que só vão se pronunciar futuramente a respeito do transcorrido.
Invadir a sede dos três poderes não é papo recente nem moda da direita. Escuto isso desde criança. Nessa oportunidade, o máximo que vi pelas imagens da TV e internet, foram atos de vandalismo. Não ‘terrorismo’, como usado em manchetes e declarações de pseudoautoridades. Não teve homem ou mulher bomba, armas químicas, e avião sequestrado explodindo a sede dos três poderes.
Em 2006, quando a esquerda ‘destruiu’ o Congresso, teve até feridos, mas não vem ao caso. Assim como não adianta falar de infiltrados e que tudo foi ‘orquestrado’, pois a caneta que assina o inquérito é que vai definir os desdobramentos.
Essa distorção de informações acaba evidenciando leve exagero de alguns veículos de comunicação e instituições. Jogos da democracia. Talvez a turma da direita caiu em arapucas próprias, alimentadas pela esquerda de forma mais sistemática, porque os canhotos estão mais acostumados a jogar. As pessoas mais esclarecidas estão mais conscientes e fazendo melhor análise das narrativas sobre os fatos. Cada lado tem os seus instrumentos, criatividade e táticas para cativar e mobilizar torcidas.
Importante sabermos discernir habilidades proativas, catimba, truculência, cinismo, teatro, provocações e maestria. Quase tudo vale. Na Argentina a situação está muito pior que no Brasil em vários sentidos. Mas eles ganharam a Copa do Mundo.
TEMOS DEPUTADOS ESTADUAL E FEDERAL – No início do ano passado, após cobrir tragédias envolvendo morte de jovens, numa conversa com colegas da imprensa, chegamos a um consenso de que ganhar audiência com fatos negativos é desagradável. Porém, necessário para trazer esclarecimentos e superação enquanto sociedade.
No início desse ano tive a honra de cobrir um dos fatos mais inesperados da história de Arroio do Meio. Voltamos a ter deputados estadual e federal. A sessão virtual de posse e diplomação do Sidnei Eckert (MDB) como deputado estadual (capa) ocorreu aqui na sala de reuniões do AT. O acesso para o sistema virtual de sessões da Assembleia Legislativa do RS, foi feito no meu celular.
Instantes antes, quando ele foi comunicado da vacância da vaga de Juvir Costella e declinação do vereador de Canoas Airton Souza, já tínhamos iniciado entrevistas e conversações sobre desdobramentos. Dentre as honrarias e desafios, Sidnei, ainda se sentia ‘assustado’ e sem ‘assessoria’ para avaliação técnica das repostas aos questionamentos. Respondi: nesse momento nós somos tua assessoria. Em seguida me enviou o link e veio até o jornal.
Sem dúvida foi uma emoção diferente, participar de um momento tão sonhado pelo Vale do Taquari e Arroio do Meio. Deve ser algo próximo como narrar um gol da seleção do seu país numa final de Copa do Mundo. Mesmo que só por algumas semanas, temos deputados.
Após o compromisso legislativo, Sidnei e a deputada federal Márcia Scherer (MDB), colocarão seu currículo técnico e comunitário a disposição do governo estadual para ajudar a solucionar demandas públicas. Sidnei pretende concorrer ao pleito de 2024 para manter o debate de propostas em bom nível.
33 ANOS DE SOBRIEDADE – Vontade de viver e evitar o primeiro gole são os quesitos para Heli Rosenbach, 67 anos, comemorar no domingo, dia 15, 33 anos de sobriedade. Heli que trabalha com extração e venda de madeiras é conhecido pelo seu jeito brincalhão, sorriso franco e dedicação ao trabalho, pois é comum encontrá-lo entregando pedidos ainda ao amanhecer. Afirma que a resistência para o trabalho e sua alegria vem do fato de estar livre da bebida alcoólica que provou pela primeira vez aos 15 anos. Nos primeiros anos bebia somente nas festas com amigos e aos poucos começou a frequentar bares e beber sem limites, diariamente. “Não tinha mais hora para beber, as vezes bebia um engradado de cerveja numa única tarde. Em 1983, no fundo do poço foi internado, pelos familiares, pela primeira vez. Após sete anos de sobriedade, por insistência de um amigo acabou tomando o uma cerveja Malte 90. No segundo dia já tomou cerveja branca e 30 dias depois já estava fora de controle. Foi quando a família, no dia 15 de janeiro de 1990, o internou na Central – Centro Regional de Tratamento e Recuperação de Alcoolismo, de Lajeado.
Desde então afirma com orgulho que nunca mais colocou um gole de bebida na boca e diz que esse é o segredo para não voltar ao vício. Em janeiro, fazendo alusão que nasceu novamente após a última internação, Heli comemora anualmente a sobriedade e conta com orgulho sua história para ser inspiração para todos que estão dependentes da bebida. “Apesar de me oferecerem bebida todos os dias, sempre resisto a tentação e a cada dia é mais fácil dizer não. Hoje tenho credibilidade, sou respeitado e tenho palavra no atendimento às centenas de clientes de todas as classes sociais e com os amigos. Preciso também lembrar da minha esposa Luci Maria Winter que está sempre ao meu lado e é minha base”.
No fim do ano passado Heli foi o vencedor da licitação para derrubada de um mato de eucaliptos nas imediações da ECEI Criança Esperança em Bela Vista que estava causando preocupações à comunidade.