O Dia Mundial do Teatro foi celebrado na última segunda-feira, dia 27, e inspira reflexões sobre como a arte está sendo produzida e vista no Brasil e na região.
Fazer teatro no Vale do Taquari já foi mais fácil. Quem quiser realmente seguir a carreira, precisa buscar outros ares, partir para cidades culturalmente mais abrangentes.
Na região, o amor pela arte marca a trajetória de muitos “personagens” públicos, como a escritora Laura Peixoto, que começou a fazer teatro na escola. Nós a ouvimos.
O jornal O Alto Taquari conversou com a oficineira nesta semana. Confira:
O que o teatro ensinou para você?Laura Peixoto – Com o teatro, as atividades coletivas te ensinam a ouvir e falar, a questionar, a ter empatia pelo outro. Aprendi dar valor ao coletivo e olhar menos o meu umbigo. Sem dizer que o dramaturgo Brecht foi certeiro: “O teatro é a cópia do comportamento humano”, e aí o teatro ajuda a gente reavaliar muita coisa
Como inserir o teatro nas escolas?
Laura Peixoto – Através de oficinas desde o primeiro ano! O perigo é uma professora que nunca vai ao teatro, nunca fez curso ou oficinas, pensar que pode dar aulas de teatro para crianças e adolescentes. O teatro age no lúdico de cada um, é mágico… e pode incentivar uma mudança de valores, de preconceitos, que os alunos trazem de casa. Nas oficinas, se busca criar um espaço de desafios e descobertas, com total liberdade para se expressar, com ênfase no potencial criativo de cada um, cuidando com os estereótipos, cuidando para não incentivar a vaidade tik-tok.
O que o teatro pode fazer pelo emocional das pessoas?
Laura Peixoto – Penso que o fazer teatral está ligado ao autoconhecimento. Está aí a importância das oficinas teatrais que ampliam a consciência corporal, que desbloqueiam emoções, desenvolvem o espírito crítico e a autoconfiança, sem falar que desafiam as nossas habilidades, que a gente nem imagina que têm, de forma construtiva e participativa. Gosto do teatro pelo coletivo, pelo olho no olho, um cutuco na nossa criatividade.