A assinatura para privatização da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) que estava prevista para 20 de março está atrasada, devido a questionamentos do Sindiágua, sindicato dos trabalhadores da empresa. A Corsan que está presente em 317 municípios gaúchos foi arrematada por R$ 4,151 bilhões pelo Grupo Aegea, em 20 de dezembro na Bolsa de Valores de São Paulo.
O gerente local da Corsan, Jaime Luiz Bersch, ainda não recebeu nenhuma informação sobre a transição da venda da companhia. Segundo informações de bastidores, duas das quatro liminares questionados na justiça foram favoráveis ao governo estadual. E a tendência é que as demais liminares também sejam favoráveis. Todos os 12 funcionários seguem atuando integralmente.
A Corsan de Arroio do Meio atende 7.039 economias entre residências, empresas e repartições públicas, no Centro e em grande parte da zona urbana do município, com exceção de alguns bairros onde também há presença de sociedades de água. O abastecimento é feito com a água de cinco poços artesianos situados nos bairros Aimoré e São Caetano, e captação no Rio Taquari, que representa entre 45% e 50% do consumo. Recentemente a equipe concluiu obras de melhorias em redes e reservatórios no bairro Novo Horizonte.
Também há dúvidas dos impactos no funcionamento das Sociedades Comunitárias de Água. Em Arroio do Meio, há 23 associações regularizadas que atendem cerca de 5,9 mil habitantes, 2,8 mil residências e 122 CNPJ’s. Ao todo, as redes contam com 2915 hidrômetros
No município de Arroio do Meio, existem cadastrados um total de 147 poços. Desses 147 poços, 106 são apenas cadastros no Sistema de Outorga do Rio Grande do Sul (SIOUT RS) e 41 possuem a outorga que concede o direito ao uso da água. Na última década, foram 129 novos cadastros. Além disso, foram tamponados quatro poços.
O secretário da Administração de Arroio do Meio, Áurio Paulo Scherer, revela que o município vai aguardar a decisão final da justiça para se adequar a legislação municipal ao novo modelo. “Sou contra pois a água é um bem público. Mas a decisão da justiça é soberana. A Corsan prestava um bom serviço. Presume-se que ficará mais caro. Ainda não se tem informações sobre como as sociedades de água, que hoje são autossustentáveis, serão penalizadas”, observou.
Foto: Solano Alexandre Linck