‘Crônicas para ler com Calma, volume II’, a coletânea que reúne textos de 12 autores, entre eles eu meu amigo Gilberto Jasper, teve sessão de autógrafos em um bar bacana, no simpático bairro Menino Deus, onde me criei. E saí de lá, confesso, com vontade de ter escrito bem mais do que aqueles três textos protocolares. Vivemos momentos nervosos, entre sonhos antagônicos e verdades incertas. Assumir um teclado e criar histórias é algo, para mim, como mel em pitadas de sal e pimenta. Torna tudo picante e aberto a novas sensações.
A rotina das minhas crônicas semanais, no O Alto Taquari, me ensinou a superar expectativas e não sofrer com a ausência de algum tipo de retorno, um comentário de leitor, por exemplo, mesmo que seja para reclamar. Escrever é navegar no mar da dúvida, muitas vezes. Mas sei que as pessoas, em sua maioria, gostam de ler. Opinar, isso é lá outra coisa. Você cronista, que se vire em sentir o que pode manter um leitor ligado até a última palavra.
Uma das participantes do livro que lançamos via Editora Escuna, me confidenciou, durante a assinatura de autógrafos, que passava por um tratamento médico, pesado e sofrido. Mas que isso a estimulou a deixar um registro de superação e força. Sim, eu queria ter escrito mais. Tinha um estoque grande de ideias que gostaria de ver publicadas. Mas dividir espaço, com gente com a mesma paixão literária, foi muito mais compensador.
Fominha que sou, já concluí a leitura de todos os artigos. Encontrei humor, alguns trechos de pura emoção e tudo, escrito cuidadosamente por essas “novas estrelas no firmamento”, conforme intitulou, em seu prefácio, o jornalista e escritor, Flávio Dutra. Aliás, um dos meus textos, nesta coletânea, já foi publicado no AT. A crônica desta semana, praticamente andou sozinha por entre meus dedos. Eu queria um tema e me caiu essa divagação sobre quem escreve artigos ou sonha em chegar a um romance.
Digitei no automático e tentando buscar um tema onde meus silenciosos leitores se identificassem. Tudo o que rola aqui, tem alicerces na imaginação, com retratos e inserções do mundo real. São espelhos – não de minha vida doméstica e familiar (que também cito) mas da rotina humana, que me atrevo a observar, igual a um garimpeiro das boas causas.
Daqui há pouco volto a focar textos de Natal e Ano Novo – época que amo! Antes disso, aproveitarei os próximos dias para uma escapa ao litoral catarinense e, de lá, quem sabe, volte com alguma inspiração mais leve, feito brisa de mar. As coisas se repetem, eu sei, mas uma mesma história pode ter muitos outros roteiros. E o final precisa sempre encantar, deixar vontade de ler mais. Como por exemplo agora, quando soa meu celular e a chamada parece ser de… Opa! Vamos deixar para a semana que vem. Até!