Um pouco antes de sua morte, década de 50, um repórter de jornal perguntou a Albert Einstein, o grande físico alemão de origem judaica, como seria a 3ª Guerra Mundial. A resposta veio na hora e com a inteligência do entrevistado: “A 3ª Guerra Mundial eu não sei, mas a 4ª será com paus e pedras”!
Mais de meio século depois, repete-se a perigosa manifestação de agressividade de parte de um dos países dos mais de 200 que compõem a ONU.
Vamos a um pouco da história da Coreia, como um todo, para que se tenha uma ideia mais próxima do confronto que já está batendo à porta.
A área ocupada pela Coreia-península situada entre o Mar do Japão e o Mar Amarelo- é hoje dividida entre duas ocupantes: a Coreia do Norte-República Democrática Popular da Coreia e a Coreia do Sul – República da Coreia.
De tempos imemoriais até o século I Antes de Cristo, a Coreia pertenceu à China, da qual era sua mais promissora colônia. No século XIII foi ocupada pelos Mongóis – depois de sobreviver a um Movimento de Dinastia Nacional, trazido desde o século XIV até a época moderna, sob o comando da Dinastia dos Li. Cinco séculos depois (XIX), uma espécie de jogo de braço entre a China e o Japão terminou pela criação do Protetorado Japonês em 1907 e uma anexação absoluta , três anos depois.
Decorridas três décadas e meia, já ao final da 2ª Guerra Mundial, a Coreia foi ocupada pelos aliados – nem preciso lembrar que, ao perder a Guerra, que disputou ao lado do Eixo, que compreendia também a Alemanha, o Japão perdeu o direito à Coreia, que foi repartida.
Para que os leitores possam melhor assimilar do que estamos tratando, é preciso lembrar que a Coreia tem uma área de 218.900 km quadrados, sendo 120.500 km quadrados da Coreia do Norte e 98.400 km quadrados da Coreia do Sul. Isso significa duas verdades consolidadas e, por que não dizer, tristes.
Foi como separar, por exemplo, Uruguaiana e Porto Alegre, que resultam da mesma origem, falam o mesmo idioma, lutaram e lutam pelos mesmos ideais e fazem parte da mesma República Federativa. E pior: sem direito ao menor ato ou movimento de defesa, ou escolha.
A parte Norte , sob a influência soviética, proclamou-se República Democrática Popular em 1948, enquanto a Coreia do Sul constituiu-se em Estado, sob a influência norte-americana.
Essa divisão indefensável, criou um clima de guerra já entre 1950 e 1953, quando houve o 1º grande conflito armado entre os dois Estados: A Coreia do Norte, apoiada pela China e a do Sul, com o apoio dos Estados Unidos e da ONU.
Em 1972 – há 41 anos, portanto -as duas Pátrias, cujo idioma comum até hoje é o Coreano, foram admitidas pela ONU, que de lá até os nossos dias acompanha, preocupada, o diálogo nada salutar entre os dois – dá para dizer- ex-irmãos.
Ficou a linguagem comum e as lembranças de um trabalho produtivo e permanente, o que levou cada uma das Coreias a mostrar a determinação e a força de suas atividades ao longo do tempo, seja no cultivo do arroz, cevada, trigo, soja e algodão (Coreia do Sul) , seja no arroz, trigo, pesca, desenvolvimento da siderurgia e das indústrias químicas ( Coréia do Norte), isso para mostramos a competitiva atualidade.
O clima de guerra existente hoje entre as duas Coreias, na verdade dois países, oscila a cada nova advertência da ONU à Coreia do Norte, cuja população é duas vezes e meia maior que a do Rio Grande do Sul, enquanto sua Capital, Pyongyang, detém a liderança na Siderurgia de uma vasta região, há muito tempo.
A Coreia do Sul, com 50 milhões de habitantes, dos quais a metade vive na Capital, Seul, sente-se segura pelo apoio dos Estados Unidos e da ONU, mas também teme pela possibilidade de um ataque à longa distância, com consequências de incalculável destruição.
A verdade é que um clima de 3ª Guerra Mundial pode estar sendo criado em hora muito ruim para a maioria do Planeta, inclusive o Brasil, claro, que hoje vive um momento de boa situação econômica e sensível progresso nas conquistas sociais.
O melhor a esperar do jogo das duas Coreias é que ele não seja jogado.