No dia seguinte ao naufrágio do Titanic, o mundo inteiro quis saber de todos os detalhes daquela dolorosa noite de 14 de abril de 1912.
“Um navio que nem mesmo Deus afundaria”, segundo um de seus construtores, foi posto a pique por um simples bloco de gelo à deriva. O excesso de confiança naquele colosso causou sua desgraça.
O mundo inteiro, durante muito tempo, perseguiu cada detalhe.
Mas tenho certeza de que ninguém procurou saber a procedência das toalhas que cobriam as mesas do Restaurante do Titanic.
Em 1901, Alberto Santos Dumont, brasileiro de Minas Gerais, perante uma Comissão do Aeroclube da França, pilotando um balão esférico de motor a petróleo, idealizado por ele, conseguiu elevar-se do solo e realizar o percurso de Saint Claud à Torre Eiffel, contorná-la e voltar ao ponto de partida.
Estava garantida a dirigibilidade dos balões.
Estou certo de que o mundo inteiro falou nisso durante muito tempo. E também acredito que ninguém tentou saber a cor das meias que Santos Dumont usou naquele inesquecível vôo.
O Rio Amazonas é o maior rio do mundo, em volume d’água e o segundo em extensão, navegável em toda ela, no Brasil. Já se escreveu, filmou e falou milhares de vezes sobre isso.
Mas a quem interessaria saber o nome exato dos seus 18 afluentes?
Quantas poesias escreveu Mário Quintana?
Qual era o sobrenome de Teseu, o herói grego que matou o Minotauro de Creta, o monstro que gostava de carne humana?
Estamos a 9 meses de uma eleição na qual os temas em discussão, obrigatoriamente deverão ser: Verbas Municipais e sua disponibilidade, a Saúde e seu atendimento nos 496 pontos do RS, a Segurança, a Educação sob as novas e por vezes contestadas regras, o Orçamento dos Municípios e, mais recentemente, os dramas, ora das secas, ora do excesso d’água e sua maléfica ação.
Correm por fora os temas: o Pré-Sal e sua vantagem, por munícipio, além do acompanhamento das construções do Minha Casa, Minha Vida, entre outras maneiras de ter uma Casa Própria.
Tratar de qualquer outro assunto até a primeira semana de outubro , será como querer saber o sobrenome do Teseu, a cor das meias de Santos Dumont, a procedência das toalhas do Titanic, quantos poemas escreveu Mário Quintana ou o nome certinho dos 18 afluentes do Amazonas.
Pura perda de tempo. Foco no voto, não vá atrás de papo furado.