Matéria do Caderno Dinheiro de Zero Hora do último domingo abordou como matéria principal o crescimento do nível de renda de famílias gaúchas em muitas pequenas cidades do Estado. A partir de um estudo anual feito pela IPC Marketing, para apurar o poder de consumo, Arroio do Meio, Sapiranga e Parobé, aparecem com destaque entre os cem municípios relacionados, com dados baseados no retorno de ICMS, população, empregos formais, PIB, renda per capita, exportações, o que fornece um indicativo de IDH – Índice de Desenvolvimento Humano. No caso da pesquisa, Arroio do Meio aparece com IDH de 0,837 (dados de 2008) e 0,8 é considerado desenvolvimento elevado.
Além do destaque aos três municípios em matéria de circulação estadual, (em Arroio do Meio foi entrevistada a família de Sérgio Alfredo Musskopf, esposa Roseli e filha Carine) vários aspectos chamam atenção pela sua semelhança nos três municípios que lideram o ranking de poder de consumo. São cidades que foram crescendo nas últimas três a quatro décadas a partir da oferta de empregos na área calçadista, ocupação que foi evoluindo para diversificação industrial em função das crises do setor e também para a criação de alternativas de renda em diversos ramos. Paralelamente, a maioria destas famílias, (muitas com fortes raízes na agricultura da colônia) mantém hábitos e valores sociais, religiosos e culturais passados de geração em geração pelos imigrantes, sendo um dos mais fortes o foco, a motivação no trabalho. Esta motivação e disciplina (inclui estar aberto a qualquer trabalho, com vontade pessoal em aprender e fazer) também tem sido preponderante na procura da ocupação das vagas de emprego. Além da própria indústria e originalmente a de calçados exigir um sistema de organização de esteiras, trabalho por produção, levando em conta produtividade, construiu outros valores sociais na valorização dos grupos de trabalho.
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Em Arroio do Meio, a diversificação industrial tem sido tema recorrente nas últimas décadas, especialmente desde o final dos anos 1980, quando iniciou a primeira crise do calçado. Atualmente o município tem em torno de 230 indústrias divididas em vários segmentos com destaque para o setor que envolve a cadeia produtiva de alimentos (BRF Foods, Bremil, Cosuel, Cia Minuano de Alimentos, Vonpar Alimentos, Dalpian e Cia, Kananda…) ; limpeza (Girando Sol, Clean Vale Comércio de Produtos Químicos); couros e calçados (Aimoré Couros, Calçados Bottero Ltda, Elmir Comércio de Calçados Ltda, Teresinha Schmidt, Calçados Brisa Sul, Draumer Calçados e vários atelieres ….) São também fortes segmentos na área de refrigeração (Serraff , Refricomp (perdida para Lajeado), Refrigeração KI Frio, Refrigeração Biasibeti,…) e segmentos voltados mais para construção com pequenas fábricas de móveis e de concreto (Nilsson e Planoconcreto). As empresas citadas são alguns exemplos, mas estão no ranking das 50 maiores por Valor Adicionado.
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Sob o ponto de vista político, além da diversificação industrial que garante maior oportunidade de crescimento e desenvolvimento profissional e renda e que foi sendo construído nos últimos anos, o prefeito Sidnei Eckert atribui os índices positivos à cultura, à iniciativa, capacidade empreendedora da sua gente. Sensível e ciente deste perfil, o gestor público precisa promover ações de saúde, bem-estar e segurança, promover oportunidades de trabalho, o que valoriza a dignidade humana e não ser meramente assistencialista, política que inibe a iniciativa e independência da pessoa.
Aniversário
Vanderlei Majolo, presidente da Associação Comercial e Industrial de Travesseiro, comemorou no início da semana seus 47 anos com grande festa na segunda à noite no salão comunitário de Rui Barbosa. De presente, pediu um quilo de alimento não perecível, que deverá ser repassado para escolas e creche da comunidade. Por sua atuação política dentro do PP, muitos correligionários foram abraçar o ex-vereador.
Lei seca
Fecha ainda mais o cerco para motoristas que bebem e dirigem. A Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou um projeto que torna a Lei Seca mais rigorosa, aumentando as penas para motoristas que mediante provas cometerem irregularidades no trânsito. Uma das principais mudanças, se aprovada e sancionada pela presidente da República, prevê que o condutor pode ser preso por dirigir embriagado, mesmo sem ter causado acidente. Imagens de vídeo, fotografia e testemunhas de policiais poderão servir de testemunho. Se o condutor sob o efeito do álcool provocar a morte de alguém, a pena pode ser de 8 a 16 anos de prisão, além da multa e suspensão de dirigir. Se houver lesão corporal gravíssima (incapacidade permanente para o trabalho, enfermidade incurável, perda ou inutilização de membro, sentido ou função, deformidade, aborto) a pena pode variar de seis e 12 anos de prisão, além de multa e suspensão do direito de dirigir.