Não há porque ter dúvida sobre o tema: o Brasil, que já viveu diversas fases nos seus 189 anos como país – todas já abordadas à exaustão ao longo dos quase 10 anos da Portal Mix – está vivendo, hoje, a fase do pré-sal. Com este nome, fornecemos a origem e alguns protagonistas desta fase, o produto referido (petróleo), os benefícios já alcançados pelo país e, é claro, o significado do que seja sair do 9º lugar como produtor do “ouro negro” no Mundo e passar a figurar entre os cincos primeiros, o que é outro “patamar”, ou “status”, se você assim preferir.
A mudança, que não ocorreu na maior parte dos benefícios possíveis, está presente na esperança do que isso significará, a médio prazo. Desta forma, exigem-se do Brasil, atitudes e compromissos diferenciados, o que cobrará de nós cuidados em todos os detalhes, inclusive na localização, extração, tratamento e comercialização da maior comodittie do planeta.
Aqui ao lado, nesta mesma página, abrimos umas das Cartas que Marie de Rabutin (lê-se Rabuten) Chantal, Marquesa de Sévigné, escreveu à filha, há cerca de 330 anos. Ela tornou-se famosa na ocasião por referir que “o coração não tem rugas”. Entre outros itens, escreveu sobre a diferença de idade entre os cônjuges, abordando o fato de uma jovem de 18 anos, no caso ela, unir-se a alguém com muito mais idade (Marie ficou viúva 7 anos depois).
Uso sua respeitável figura, mais de 300 anos depois de sua morte, porque na correspondência com a filha – Madame de Grignam – a Marquesa recorria, com frequência, a termos políticos da época para, além de falar em hábitos e costumes, também mostrar à filha que deveria conhecer tudo o que pudesse sobre as diferentes verdades, religiões e atitudes, de onde vem, inclusive, o retorno das cartas, à altura do que ela escrevia e também cobrando posicionamento da mãe.
Santo Agostinho e Descartes, entre muitos outros, eram habitualmente citados.
Volto ao Brasil de 2011, para lembrar que se o “coração não tem rugas”, a memória tem arquivos, os quais devem ser lidos e analisados para saber até quanto pode influenciar, em nosso futuro, uma experiência antiga que venha a ser reiniciada.
Com esta preocupação, volto a passear pela história, para reviver alguns detalhes, esclarecendo antes que consultei inúmeras páginas sobre colonialismo e invasões (inclusive a do Brasil na Bolívia, de onde tiramos o Acre).
Diversas frases e atitudes políticas marcaram minha época estudantil, a ponto de despertar meu sistema de alarme, em parte das vezes, sem razão. Por isso, apresso-me a dizer que acho notável o sistema norte-americano de defender sua civilização, seu presente e o seu futuro, mas assustam-me alguns fatos, comprovados:
1. Em 1835, colonos norte-americanos instalados no Texas, rebelaram-se contra os mexicanos. Em 1836, os norte-americanos derrotaram de vez os mexicanos e o Texas tornou-se “independente”.
2. Em 1848, 12 anos depois da “independência”, o México, vencido militarmente, cedeu o Texas e a Califórnia para os Estados Unidos, do qual tornaram-se dois novos estados.
3. Em 1857, o Presidente norte-americano James Buchanam afirmou, em seu discurso de posse: “a expansão dos Estados Unidos sobre o Continente Americano, desde o Ártico até a América do Sul, é o destino de nossa raça e nada pode detê-la”.
4. Cuba foi descoberta por Colombo e se manteve como território espanhol até a Guerra Hispano-Americana, em maio de 1902. Saiu “independente”, mas entregue aos cuidados americanos no mesmo ano, graças à uma Emenda à Constituição Cubana, dando a eles o direito de intervir nos assuntos internos da nova República. O resultado é que Cuba, até o início dos anos 30, teve um Presidente de comportamento ditatorial, de 1934 a 1959 teve outro pior ainda e de 1959 a 2011 outro, Fidel Castro, cuja eleição aconteceu graças à insistência da frase “Cuba é importante demais para ficar sob a mesma ditadura por 25 anos.” Em 2011, Fidel comemorou 52 anos (25×2+2) no Poder.
5. All Gore, Vice-Presidente na Administração de Bill Clinton disse, há pouco tempo: “ao contrário do que os brasileiros pensam, a Amazônia não é só deles, é de todos nós”.
6. A descoberta do pré-sal foi boa para quase todo o mundo.
7. Pergunta originada pelos Arquivos do Tempo: Todos estamos certos de que criar dois novos estados será bom para o Brasil?