Acredito que ninguém pensará diferente se eu disser que Segurança está entre as três grandes preocupações do RS.
Se concordamos quanto a este primeiro parágrafo, vamos avançar mais um passo: no Rio Grande do Sul, ainda que seja inegável o crescimento do Interior – a cada ano com percentual maior no PIB gaúcho – o peso do que pensa e faz a Capital aumenta também a cada temporada. Digamos que Porto Alegre continua sendo o verdadeiro tambor dos negócios no estado e o que a capital faz, quanto à Segurança, determina o que os demais 496 municípios devam fazer ou já estejam fazendo.
Ainda de acordo?
O Governador do Estado Tarso Genro, foi Ministro da Justiça do Governo anterior e do outro, o 1º de Lula, integrante da cúpula administrativa, o que certamente deu a ele a experiência para tranquilizar as comunidades do interior do RS quanto ao tema do qual estamos falando.
Essas Comunidades, nas quais o furto ou roubo (sem e com a presença da vítima) eram raros, já estão vivenciando, inclusive, raptos e explosões em Bancos. Somaram-se a isso invasões de casas de muitos beneficiados pela fortuna, assim mesmo, com caixa baixa (letra minúscula), para significar aqueles que em função de seu trabalho, conseguiram juntar uma poupança um pouco mais significativa.
Acompanho pelos veículos de comunicação pesquisas, visitas, opiniões e a realidade encontrada no maior presídio gaúcho – tido como o pior do país – e sei que o Governador está mais do que habilitado a tratar do assunto, especialmente porque em atuações anteriores enfrentou problemas de difícil solução no segmento, problemas que exigiram dos veículos de comunicação espaços muito maiores diariamente para possibilitar uma cobertura mais completa e esclarecedora.
Não consigo entender que a ideia defendida pelo Governo quanto ao Presídio Central da Capital seja simplesmente a redução do número de presos ali recolhidos, com o que, segundo se pode depreender, seria melhorado em muito o tratamento dos presos que ali restarem e o conceito daquela casa prisional.
Gostaria de realçar o que já escrevi há algum tempo sobre Segurança:
Em 1537, o Papa Paulo III escreveu sobre os índios que moravam nas terras que estavam sendo descobertas e, em seguida, feitos prisioneiros de portugueses e espanhóis: “os índios são verdadeiros homens, não somente capazes de entender a fé católica como, de acordo com nossas informações, acham-se desejosos de recebê-la”
Há 475 anos, um Papa foi obrigado a dizer que os índios eram gente, muito embora alguns comessem carne humana.
Será preciso que outro Papa venha ao Brasil para visitar o Presídio Central em Porto Alegre e dizer ao Mundo que os presos também são gente?
O tratamento que lhes estamos dando leva-os a tratar a Sociedade da pior maneira, o que faria, em troca, que os tratássemos como animais da pior espécie.
É o que queremos?